sábado, 25 de julho de 2009

MAIS UMA VEZ (DESABAFO)


Já dizia Renato Russo: “...mas é claro que o sol vai voltar amanhã”, mas é claro que há cada dia temos uma nova oportunidade de cometer novos erros, de nos lamentarmos por aquilo que deixamos de fazer, falar, sentir, ou mesmo por aquilo que fizemos errado, desnecessariamente, impensavelmente. A vida é assim mesmo, cheia de erros e acertos (se bem que no meu caso mais erros que acertos), cheia de altos e baixos, de abandonos, de solidão, de decepções e uma incontável lista de adjetivos depreciativos.
É... não estou bem, nem feliz, nem tão pouco satisfeita... na verdade estou triste, muito triste e decepcionada com tudo. Tudo mesmo. Sempre achei que bastava ser boa e fazer o bem para que as coisas boas acontecessem na minha vida, mas com o passar do tempo, meu crescimento e amadurecimento, descobri que a vida não é bem assim, e que esta história de “quem acredita sempre alcança” é uma furada, o sol nasce sim amanhã, mas isso não significa que será mais fácil, que os problemas serão menores ou que a dor irá passar, nada disso! Vai ser só mais um dia, como os demais, e mesmo que vejamos algo de novo (ou mais fácil) a “escuridão de endoidecer gente sã” não tardará a fazer parte do nosso dia.
Acho que Renato Russo foi um cara que sofreu muito essas pressões do dia-a-dia, deve ter ficado “puto” muitas vezes, deve ter tido vontade de desistir em outras tantas, mas no fundo sempre acreditava que “quem acredita sempre alcança”, será que ele conseguiu alcançar o que ele desejava?
Eu já vivi um tantinho bom da minha vida e já vivenciei situações diversas. Já encontrei (e convivi) com gente de todo tipo: “gente que estava do mesmo lado que eu, mas que deveria estar do lado de lá; gente que machuca os outros; gente que não sabe amar; gente que enganava gente...” mas a maioria das gentes com as quais convivi (e convivo), são aquelas que me dizem que “não vale acreditar no sonho que se tem” e, acredite em mim, estas são as piores, porque se fazem de amigos, para roubar toda sua vitalidade, toda sua força, todos os seus sonhos.
Parece triste ouvir tudo isso, mas estou sendo sincera. Estou fazendo um desabafo daquilo que o meu coração está cheio. Estou transformando em letras, palavras e frases, o que me angustia, o que me entristece, o que me faz ter vontade de desistir (ou será que já desisti?).
Para ser sincera, estou cansada de nadar, nadar e morrer na praia. Queria pelo menos uma vez acreditar nos versos de Renato Russo e alcançar meus objetivos, meus sonhos, meus ideais. Queria conseguir levantar deste chão, bater a poeira e reiniciar minha vida, de onde a abandonei, de onde achei que não dava mais para seguir em frente, ou, melhor ainda, retornar à encruzilhada em que estive há algum tempo e tomar o outro caminho... (mas sei que isso não é possível, os cientistas loucos ainda não inventaram a máquina do tempo.)
Então, me resta lamentar, fazer cara de paisagem e tocar a vida em frente, esperar o próximo sol nascer e tentar e, quem sabe, um dia aprender, como aprendeu Renato Russo (?).


Patrícia Lerbarch (muito triste, mas totalmente consciente)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Férias


Gostaria de saber qual o infeliz que teve a ideia de instituir férias?!?!?!?!

Como pode uma pessoa em sã consciência dizer a outra que esta terá direito a "certo número de dias consecutivos destinados ao descanso de funcionários, empregados, estudantes, etc" (FERREIRA, 1988), sabendo que o período destinado a este não será o suficiente para absolutamente nada.

Bom, se bem que na verdade o termo não afirma a obrigatoriedade de descanso, nem tão pouco o período que este deveria durar, haja vista que estes aspectos são diretamente relacionados ao indivíduo que "goza" as férias e o trabalho do qual ele provém e para o qual ele retornará.

Na verdade, meu inconformismo está em relação ao fato de que, pareamente aos feriados prolongados e finais de semana, este é o período de nossas vidas que passa mais rápido, na verdade, voa à velocidade da luz.

Há 10 dias estava super eufórica com a possibilidade de tirar férias, ficar em casa de pijama o dia todo, andar de bicicleta à tarde, assistir "Vale a pena ver de novo", pintar uma tela, ler um incontável número de livros que estão empoeirando na estante... até o meu carro eu disse que limparia...

Mas qual nada! Meu tão almejado "número de dias consecutivos destinados ao descanso" passou como o vento em meses de Agosto, bagunçou meus cabelos, arrancou algumas roupas do varal e se foi, dobrando a encosta do morro.

Entretanto, não posso dizer que não aproveitei meu "número de dias consecutivos destinados ao descanso", até que andei de bicicleta (uma vez, e não foi a tarde, foi de manhã), comecei a pintar uma tela (só comecei, não cheguei a terminar, e nem imagino quando terei tempo de fazê-lo), fiquei de pijama até tarde, li apenas dois livros e assisti "Vale a pena ver de novo" (só uma vez também!)... mas é que eu queria mais, queria ficar de férias até ter vontade de querer trabalhar novamente (será que isso aconteceria?) e, aliás, nem consegui limpar o meu carro (vou ter que colocá-lo no lavador)...

Será que é por isso que quando éramos crianças nossas mães ficavam dizendo: "aproveita mesmo, porque um dia essa vida boa acaba!" e acabou mesmo! Hoje os dias anoitecem mais rápido, as noites amanhecem mais cedo, não tem recreio no meio da manhã nem sesta no meio da tarde...
Não sou mais criança, na verdade sou uma mulher adulta com compromissos e responsabilidades; coisas do meu trabalho que não estão registradas e por isso só eu sei e posso dar continuidade estão a minha espera; tenho contas para pagar no fim do mês (ou seria no início?); e, acima de tudo isso, tenho uma filha linda para criar.

Acho que por isso vou me conformar com minha mísera semana de férias (não descanso) e vou retornar ao meu trabalho, minha mesa abarrotada de papéis, contratos e notas fiscais. Afinal, a vida continua e precisamos acompanhar o ritmo que ela nos impôs (ou fomos nós que impusemos a ela?).

Por isso hoje me permiti ser arrancada de minha cama, ser despida de meu pijama, colocar salto, pentear os cabelos, passar batom, pegar o carro (sujo, imundo) e acabar de vez com as minhas férias. Até a próxima!

domingo, 19 de julho de 2009

10%


Todas as vezes que contemplo o horizonte, dou-me conta de minha pequenez, de minha insignificância diante da magnitude do Universo e do que ele representa. É como se uma tela fosse pintada em torno de mim e eu não passasse de um pontinho escuro (ou claro) dentro dela.

10%! É o que somos, representamos, possuímos, nos agarramos...10%...

Ou seria menos? Ou seria mais? 10% de quê? Da vida? Da morte? Da Eternidade? Da escuridão? Das alegrias? Dos sofrimentos? Dos prazeres? Das dores? Das vitórias? Dos sacrifícios? Das saudades? Das escolhas?!

Por mais que tenhamos em nossas mãos as possibilidades do livre arbítrio, não somos nós que decidimos em cima dos 10%. Talvez tenhamos decidido por chegar até ele, mas não em como sair dele. Ou será que nem isso? Na verdade o livre arbítrio sempre foi uma questão muito duvidosa em minha vida...

Aliás, o que seriam 10% de uma vida? Porque, por mais que tenhamos sonhos, planos, objetivos a alcançar, metas pré-estabelecidas em nossas vidas, como saber o que, ou quanto significa 100%?

O vovô Henrique, se perguntado no seu dia derradeiro qual seriam seus 10%, diria: "quando ainda não conhecia sapatos ou calças, quando tinha apenas duas mudas de roupas, quando aprendia a ler as primeiras letras (em alemão) na Bíblia, lá pelos meus 8 anos e 9 meses"!

Já o Cleidson diria: "não me lembro quando foram meus 10%, mas tenho certeza que já esquentava a cabeça daqueles que me amavam... lá pelos 2 anos e 4 meses"...

Mamãe diria: "passava fome, apanhava de cabresto de burro, cuidava dos irmãos mais novos, tinha medo de gente, achava que bola de soprar era a coisa mais maravilhosa que uma criança poderia ter (mas que durava muito pouco, como todos os prazeres, aliás)... lá pelos meus 6 anos".

E eu, o que direi? não sei...

Olhamos a morte com olhos taciturnos, porque ela sempre nos deixa um vazio que jamais será preenchido. Mas deveríamos olhá-la, também, como um recomeço, uma nova oportunidade, não para nós, mas para aqueles que partem, pois eles deixam de ser apenas um pontinho escuro (ou claro) no meio da tela, para se tornarem parte dela, ou, ela própria! O horizonte em sua imensidão.


Dagoberto, eu sei como a perda dói, mas não temos domínio sobre elas, apenas podemos nos conformar com a certeza de que estão iniciando uma vida melhor que a nossa e nos resta viver esta vida com aqueles que amamos e que nos amam. Pode contar comigo nesta jornada.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Bons Amigos


Há tempos venho ensaiando a possibilidade de escrever sobre amigos, amizades, relações de amor... Mas as ideias sempre me faltavam e não conseguia ordenar os pensamentos e transformá-los em letras, sílabas, palavras, frases inteiras.


Hoje tive um dia de amigo (ou de amigas, se achar melhor) e senti, mais uma vez como é bom ter com quem partilhar a vida, os momentos bons e (por que não?), os ruins também.


Não quero dizer aqui que consegui encontrar as palavras certas para montar o texto (ainda não), mas me apropriei, mesmo que temporariamente, dos versos de Machado de Assis para marcar este encontro:


Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.

Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.

Amigo a gente sente!


Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.

Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.

Amigo a gente entende!


Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.

Porque amigo sofre e chora.

Amigo não tem hora pra consolar!


Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.

Porque amigo é a direção.

Amigo é a base quando falta o chão!


Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.

Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.

Ter amigos é a melhor cumplicidade!


Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,

Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!


Não deixe de se entregar a uma amizade (nova ou velha) e verá como é bom que os espinhos tenham rosas.

Amo todos vocês!!!

Patrícia Lerbarch

quinta-feira, 16 de julho de 2009

MEU PRIMEIRO POEMA

Antes de publicar o "meu primeiro poema", preciso deixar algumas coisas bem claras:

  1. Adoro ler de tudo (de bula de remédio a livros de ficção enormes e cheio de páginas), exceto poemas;

  2. Não que não goste de poemas, apenas não é um estilo literário que me atraia;
  3. Realmente achei que escreveria de tudo um dia (até bula de remédio), exceto poemas;

  4. Acho que o fato de não gostar de poemas é mais uma consequência de ter sido aluna do Brás;
  5. Acreditem ou não, ontem escrevi um poema, são as poucas palavras que seguem abaixo:

Meu anjo!

Não poderia dormir sem te dizer OBRIGADA!
Obrigada por me desafiar,
Obrigada por brigar comigo,
Obrigada por ter ficado emburrada ontem e hoje de manhã,
Obrigada por estar sempre ao meu lado...
Amigos verdadeiros são assim:
Mesmo quando não querem,
Mesmo quando não são solicitados,
Mesmo quando não estão presentes,
Fazem a diferença na nossa vida.

E foi assim que iniciei minha carreira de poetiza, será que tenho futuro? Será que quero ter futuro?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Viver!


Os questionamentos sempre fizeram parte da minha vida, desde que me entendo por gente (e olha que isso já faz um bocado de tempo...) e, como o "Pequeno Príncipe", eu nunca desisto de uma pergunta, ou melhor, eu nunca desisto de uma resposta!

Meus questionamentos nunca estiveram relacionado à "por que o céu é azul?", mas sim "o que há além do azul do céu"?

Recentemente alguns questionamentos andam rondando minha mente e, pelo fato de não conseguir encontrar suas respostas, eles tendem a me incomodar vez ou outra, como agora. Estes questionamentos estão na esfera de "o que é viver", "para que viver?", "qual o objetivo da vida?" e, sinceramente, preciso confessar que por mais que busque estas respostas em tudo o que faço, ainda não consegui encontrá-las. Tenho vasculhado a memória, os acontecimentos cotidianos, a interação com outras pessoas... tudo aliás, e não encontro as tão almejadas respostas.

Em uma breve revisão na minha mente, observo pedaços de vida que se apresentam a mim como um quebra-cabeças ansiando por ser montado. Entretanto, existem muitas peças faltando neste quebra-cabeças, peças estas que deveriam contar uma bela história, mas que não consigo encontrar. Por mais que tente, que vasculhe minha mente, elas não estão lá, ou se estão, encontram-se tão bem escondidas na obscuridade do tempo e da dor, que não posso vê-las, tocá-las, senti-las...

Talvez seja este o motivo que denota em eu não conseguir as respostas para os questionamentos a cerca da vida. Mas então, o que fazer? Deixar de viver? Parar o tempo e esperar pelas respostas? Deixar a vida em suspenso até que todos os questionamentos sejam respondidos para a partir daí traçar os objetivos para viver?

Bom, a experiência que me segue não me permite cometer este erro... portanto, hoje tomei uma decisão: não vou mais perder meu precioso tempo (haja vista que a vida é única, e este questionamento eu consegui solucionar a muito tempo, contanto não há como voltar atrás e passar a limpo um possível "rascunho" de vida), repetindo, não vou mais perder o meu precioso tempo vasculhando minha mente atrás de peças de quebra-cabeças que não consigo encontrar, vou "tocar a bola pra frente", "fazer a fila andar" e vou começar a viver um pedacinho de cada vez.

Como disse em "off" acima, não é possível reviver tempos já vividos, mas é possível viver tempos novos, reescrever a história. Não passando por cima do que já vivemos, mas aproveitando este período como de grandes e fortes experiências, capazes de nos fazer pensar cada passo (ou simplesmente não pensá-los), mas viver intensamente aquilo que a vida nos proporciona de melhor: amizades, sorrisos, nascer do sol, por do sol, tardes de chuva, sol da manhã, noites de lua, noites só de estrelas, abraço de filha, beijo de pai, aconchego de amigo...

E decisão tomada é fato consumado (pelo menos comigo)! Mudar é fácil, difícil é manter a mudança (já diria a Amanda)! Mas dei o primeiro passo... com o apoio de gente que amo, de gente que me ama, de gente que mal me conhece, de gente que confia em mim, de gente que sequer sabe quem eu sou, hoje eu vivi mais um pedacinho da vida... e assim vou levando, vivendo um pedacinho de cada vez! Quem sabe assim alcanço os questionamentos que tanto me perturbam por falta de respostas.




Meus anjos (velados ou não), eu amo vocês, e não VIVERIA sem tê-los ao meu lado. Obrigada!