
Desde o seu nascimento o homem busca a liberdade. Liberdade de expressão, liberdade de ação, liberdade de movimentos, liberdade de pensamento. A ânsia de ser livre consome tanto nosso tempo que nem percebemos que nos aprisionamos a pequenos detalhes cotidianos que se transformam em amarras para uma vida toda.
Mas o que é a liberdade para você? Qual liberdade você busca? E o mais importante: onde pretende chegar de posse dela?
Liberdade, a grosso modo, é a faculdade de fazer ou não fazer qualquer coisa e, para isso, poder escolher. Liberdade é experimentar todos os sabores de sorvete, um de cada vez, escolher qual lhe agrada mais e repeti-lo. É decidir se segue para o sul ou para o norte descalço ou se caminha rumo ao por do sol. Liberdade é ouvir tocar a música mais doce que seus ouvidos já apreciaram e poder dançá-la sem se preocupar, se olhos alheios te julgam louco, desvairado ou simplesmente livre.
Cecília Meireles sabiamente disse que a liberdade é uma “palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. Eu acrescento que não há ninguém que não a busque. Cada qual a seu jeito, cada qual a seu tempo, cada qual a seu modo, cada qual ao seu cada qual.
A liberdade também pode ser pintada num céu estupidamente azul, apresentando outros matizes além das variações de branco ao cinza chumbo das nuvens. Pode apresentar-se em forma de pequenos pontos (parapentes) laranja, vermelho, verde, amarelo, todas essas cores juntas, e outros tantos que não consigo enumerar.
Lá do alto, do céu, vemos pessoas buscando sua liberdade de uma forma inusitada. A liberdade de poder ver o mundo do alto e poder viajar ao sabor do vento, tendo como destino o imenso horizonte e como guia o radiante sol. Gente que não tem medo de se aventurar em busca de uma expressão de liberdade que não requer palavras, sons ou formas.
De fato liberdade se conquista com lutas cotidianas, discussões acaloradas, aprendizados de uma vida, mas depois que a temos em mãos devemos cultivá-la com atitudes que a enalteçam e a façam parecer ainda mais grandiosa para que possamos valorizá-la e mostrar àqueles que ainda não a conquistaram ou que, por algum motivo torpe a perderam, o quão importante é ser livre.
(Crônica publicada no Jornal Cidade - Mar/2010)