sábado, 12 de setembro de 2009

METAMORFOSE


Se tem uma coisa que aprendi neste meu primeiro terço de vida, é que para sermos felizes precisamos assumir nossa caractarística metamórfica. Por isso já dizia o sábio (louco?!) Raul: "eu prefiro ser esta metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
"...velha opinião formada sobre tudo..."
Na verdade, se formos analisar, o mundo é formado a partir de opiniões que, a grosso modo, nada mais são do que modos de pensar, ver e deliberar sobre as coisas, bem como ideias, doutrinas ou princípios, a partir dos quais construímos nossas verdades, buscamos nossos "quereres", traçamos nossos objetivos e damos encaminhamento às nossas vidas.
Deus, por exemplo, criou o mundo e tudo o que nele há, e viu que era bom! Entretanto, percebeu que uma de suas criaturas, feita a sua imagem e perfeição, o homem, estava só e por isso triste. Então, em sua sabedoria plena, criou a mulher.
Depois, esta segunda criatura fez o favor de experimentar o fruto da árvore da sabedoria e Deus teve que lançar os homens para fora do paraíso, à dor e ao sofrimento. Sequencialmente veio o dilúvio e a promessa de que outro não haveria sobre a terra.
Diante disso, o que dizer de nós, pobres pecadores, diante de nossas convicções, que muitas vezes são assumidas sem análises ou mesmo meras comparações sobre realidades e/ou sentimentos adversos.
Não venho aqui condenar ou propor a abolição das convicções, ideias, opiniões, quero apenas dizer na mais singela das observações cotidianas que as opiniões, velhas ou novas, devem ser acompanhadas de um processo de investigação, detalhada e minuciosa, que nos leve a experimentar as situações consequentes das mesmas a partir de diversos ângulos, para que desta forma, acompanhadas de bom senso, elas sejam elaboradas com propriedade, consciência e, se possível, uma boa dose de metamorfose, para o caso de, em situações futuras, necessitarem de revisões em seus parâmetros, estas sejam feitas e assumidas.
Do que tenho certeza é que a vida única, que não estamos aqui elaborando um rascunho sob a possibilidade de passá-lo a limpo depois, corrigindo os possíveis erros, acrescentando ações que faltaram e simplesmente deletando aquelas que não foram felizes. Por isso façamos uma revisão de nossas convicções e opiniões. Sejamos contraditórios, testemos, arrisquemo-nos, sejamos seres metamorfos!

Um comentário:

  1. Patrícia,

    Sabe por que as convicções e opiniões são tão difíceis de serem mudadas? Porque, em muitos casos, elas são o chão sobre o qual andamos...Se questionarmos nossas convicções ficaremos planando no ar, absolutamente sem pouso, sem parada, sem segurança. Acho, sim, que algumas coisas podem e devem ser mudadas; mas também penso que algumas, aquelas que asseguram nossa identidade, nosso lugar como gente no mundo, nossa singularidade, essas precisam ser preservadas a todo custo. O problema é que o limite entre um e outro é muito tênue, e a gente às vezes quer mudar o essencial... Por isso sofremos.
    Sabedoria, amor, equilíbrio, força e ousadia, em boa medida: eis aí como fazer da vida tudo o que ela pode ser...

    Abraço apertado e todo o meu carinho...

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