sábado, 26 de setembro de 2009

ÓCIO?!?!

Já ouvi diversas vezes, em vários sentidos e ocasiões que o ócio é bom, criativo, sei lá mais o que e tal...

Nos últimos 6, 7 anos, tenho trabalhado como uma louca. Minha jornada já dupla, tornou-se tripla, quádrupla, quíntupla... e sei lá mais quantos múltiplos pode suportar uma reles mortal.

Com alguma dificuldade, alguns problemas de saúde e outros tantos conselhos, cheguei à conclusão de isso de trabalhar dia e noite (literalmente) com o corpo e a mente, não estava me fazendo bem e era capaz de fazer minha vida passar rápido demais sem que eu pudesse gozá-la, sentir os prazeres que ela proporciona a todos irremediavelmente, sem distinção.

Então, abri bem os olhos, reorganizei alguns pontos da minha vida pessoal, outros tantos da minha vida profissional e, ainda, outros poucos da vida social, “chutei o pau da barraca, joguei o pau fora” (como diria o Edinho), e comecei a me preparar para o ‘ócio’.

Pouco a pouco fui abrindo mão de algumas atividades ‘extra-curriculares’, ao mesmo tempo em que abri espaço para os amigos, para os livros (há tanto esquecidos na estante), para as músicas de que gosto e que me fazem cantar alto como uma louca, para minha filha (meu tesouro mais precioso), meu pai, meu irmão...

Este fim de semana, por exemplo, decidi não fazer nada. "Simples assim." Preparei uma programação especial para fazer nada. Peguei um monte de filme na locadora, comprei um monte de porcaria no mercado, tomei banho cedo, vesti meu vestidinho de verão, deitei na minha cama e lá fui: entregar-me ao ócio. Avisei à Claudiana pra me deixar dormir no sábado até acordar, pois não iria me preocupar com nada. Desliguei o celular. Capotei...

Acordei às 6h da manhã, como se fosse segunda-feira. Virei pro canto, tentei dormir novamente... nada. Levantei, abri a porta, deixei o Hulligan (meu pit) entrar, tomei água, voltei a deitar... nada. Aí levantei de vez, fizemos café, eu e a Claudiana, conversamos, rimos, demos bolo pro Hulligan, coloquei roupa na máquina pra lavar, arrumei minha cama, molhei as plantas, enxuguei uma poça de água na varanda, organizei umas coisas na área, outras na geladeira, separei uns livros, uns papéis, guardei umas lembranças numa caixa no ponto mais alto do guarda-roupa, liguei o computador, desliguei... liguei o som, aumentei o volume, abaixei...

A conclusão que cheguei é que ainda está muito cedo para me entregar ao ócio... são apenas 9h da manhã e estou quase ficando louca sem ter o que fazer. Sem um trabalho a fazer, sem um compromisso na rua, sem alguém para buscar alguma coisa aqui em casa... sem, sem, sem...

Credo, o ócio deve ser bom, mas primeiro temos que nos acostumarmos a não fazer nada.


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