quinta-feira, 6 de agosto de 2009

MULHER, LOIRA E INTELIGENTE (do que mais preciso?)


Estou cansada de ouvir todos os dias, quando vou ou volto do meu trabalho, quando vou ao supermercado no sábado, ou ainda quando estou dando uma voltinha inofensiva pela cidade no domingo à tarde, que “mulher no volante é perigo constante”, que “lugar de mulher é pilotando fogão”, ou o expresso “vai achar uma pia cheia de vasilhas para lavar...”
Bom, a verdade é que todas as estatísticas mostram que nós mulheres somos melhores motoristas e mais cuidadosas no trânsito que os homens. Até mesmo os seguros de automóveis já admitiram isso e nos contemplam com parcelas mais amenas e outras vantagens sobre esses trogloditas que dirigem como animais em manadas pelas ruas, levando ao pé da letra a lei do mais forte vence, ou seja, do carro mais potente, maior, mais bem equipado, etc.e ainda se achando gênios em tudo o que diz respeito a veículos automotores.
Só que hoje, eu, uma simples mulher, loira (diga-se de passagem), coloquei no bolso uma boa dúzia de homens: mecânicos (carecas de mexer com carros), motoristas com carteiras com todas as letras do alfabeto, chefes de departamento extremamente competentes naquilo que fazem, e demais curiosos que tentaram, exaustivamente (e não conseguiram) ligar um veículo codificado eletronicamente.
Imaginem só a cena: eu chegando no meu golzinho duas portas ano 2003, estacionando no pátio onde ficam os carros, me encaminhando ao chefe de departamentos e pedindo a chave da Dukato para ligá-la. Ele me olha meio desconfiado, mas sua educação não permite nenhum comentário daqueles inúmeros que ele com certeza elaborava em sua mente machista, nos dirigimos em direção ao citado carro e no caminho o chefe dos mecânicos nos acompanha, com um sorrisinho de escárnio nos lábios, duvidando desta loira que vos escreve conseguir fazer o que eles há dias tentam, tentam e não conseguem.
Entre tantas dúvidas e incertezas a respeito de minhas capacidades diante do volante, eles abrem o carro para mim, eu me sento diante do volante, pego as instruções da decodificação, juntamente com a chave do veículo e eles, de pé na porta, fazem questão de me lembrar de colocar o carro em ponto morto (ou neutro); calmamente piso na embreagem e coloco o carro em ponto morto, coloco a chave na ignição, piso algumas vezes no acelerador, conto algumas vezes a luzinha do painel acender e apagar, e, finalmente, viro a chave e ligo o carro e ele roncou alto,para que todos pudessem ouvir que estava novamente vivo, depois de semanas abandonado no canto do pátio...
Simples assim...
Deixei os dois homens parados na porta do carro com cara de “homens”, além da legião de outros “homens” que me olhavam com rabo de olho por todo o pátio de carros.
Para finalizar meu momento de mulher, loira e inteligente à frente do volante, citei para eles uma frase já bastante maçante, mas que colocou-os em seus devidos lugares: “Deus fez primeiro os homens só para observar o que havia de defeituoso e problemático para aí sim criar o ser perfeito – as mulheres!”
Agora quero ver qualquer um deles me dizer que qualquer problema me meu golzinho duas portas ano 2003 vier a ter é por causa da pecinha defeituosa que fica localizada entre o banco do motorista e o volante.

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