
Os fatos que determinaram esta investigação são observados de duas semanas para cá, onde a cada momento (não de um dia para o outro, mas a cada levantada minha da cadeira) tenho notado que os papeis em minha mesa tem se multiplicado.
São papeis de todos os tamanhos, formatos, cores, espessuras, digitados, manuscritos, rabiscados a lápis, caneta azul, vermelha, preta e até verde. É uma imensidão de papel sem procedência aparente que vem causando incômodo não só a mim, mas a todos aqueles que por ventura entram em minha sala.
Minhas investigações levaram-me a interpelar diversos colegas de trabalho a respeito da procriação dos papeis em minha mesa e todos, em comum acordo comigo, concluíram que algo de muito estranho vem acontecendo em minha mesa e em seus arredores (porque eles estão se expandindo para outras paragens).
Quem me deu o parecer final nesta investigação foi a Lurdinha (meu outro anjo sem asas, pessoa de Luz e Espírito). Ela me disse que todas as manhãs, quando vai limpar minha sala ela encontra um emaranhado de papeis atrás do latão de lixo, debaixo da mesa.
Bingo! Encontramos o ninho dos "dito cujos" e por mais que queiram me provar que os papeis são celulose e procedem de inocentes árvores após processo de industrialização, eu afirmo que os da minha mesa são seres vivos, sexuados, que estão fazendo orgias em baixo da minha mesa e, o mais interessante, o período de gestação deles é mais curto que o dos ratos.
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