quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aos meus Anjos


Minha vida sempre foi corrida, nunca tive muito tempo ocioso e sempre fiz duas ou três coisas ao mesmo tempo (de fato!). Só que nos últimos tempos, essa correria tem tornado-se mais intensa, o tempo que sempre reservei só para mim não existe mais. Como se não bastasse ter dois empregos e uma carga horária (no papel) de 60 horas, agora arranjei mais um (ou dois, dependendo do ponto de vista) e até meu sono tem reclamado das minhas ausências.

Depois de dois dias enfiada numa sala gelada discutindo a educação do campo, cheguei em casa querendo apenas um banho quente e minha cama macia, mas lá estava a Puka, saltitando como nunca querendo um mínimo de atenção e meu Bebê que já dá conta de sua vida sozinha (acho que desistiu de contar comigo).

Ontem foi aniversário de um dos meus “Anjos” e hoje é o de outro “Anjo”. Neste tempo em que elas me guardam, nunca deixei de passar pelo menos uma parte do dia com elas, mas desta vez, em uma já não dei abraço e na outra, acho que terei que correr para conseguir.

Num momento de inspiração escrevi uma carta às duas (pelo menos isso). É um desejo a elas que quero compartilhar publicamente:

“Meus Anjos,

Não tenho uma caminhada muito mais longa que a de vocês, mas posso dizer que já vivi mais coisas, por isso quero que saibam que em determinadas situações não damos conta de alcançar tudo que queremos.

Muitos dos nossos sonhos ficam perdidos ao longo da nossa caminhada, outros são simplesmente relegados ao esquecimento e há ainda aqueles que são substituídos por outros, sejam eles mais elaborados ou mais simples.

Sei que vocês têm muitos sonhos. Alguns já foram realizados, outros estão em processo e outros tantos ainda estão apenas no nível de sonhos. É assim mesmo, não se preocupem. A diversidade dos sonhos combina com suas especificidades e eles são bem flexíveis e compreensíveis.

Tem uma frase que aprendi na adolescência que diz que “a esperança é o vento que a gente precisa para tocar o barco da vida”. Hoje eu quero que vocês troquem “esperança” por “SONHO”, porque quero que vocês compreendam que independente da qualidade do sonho, da proporção ou tamanho dele, da cor, do cheiro, da espessura, o importante é que ele exista, que ele tome corpo e forma dentro do nosso coração, que ele nos impulsione cada dia mais, que ele nos faça acordar pela manhã e que ele nos empurre porta a fora.

O sonho faz nossos olhos brilharem, nossa respiração descompassar, nosso dia ganhar mais cor. Sonho faz a gente ter disposição de lutar, faz a gente enxergar a luz no fim do túnel, faz a gente encontrar soluções impensáveis para problemas improváveis.

Sonho é um vento, uma energia, um claridade, uma lucidez face à loucura da vida.

É isso meninas, isso é o sonho e o importante é sonhar, e imaginar, e desejar, e ter ideias, e buscar, e correr atrás deles, dos sonhos.

Que Deus esteja com vocês nesse sonho, nesta busca!

Busquem, desejem, sonhem e sejam muito felizes.

Patrícia Lerbarch”