Sabe
quando a sua vida muda radicalmente e você fica um tempo meio que em stand by, só observando e tomando
ciência de tudo que mudou? Acho que estou assim, em modo de espera, ou em modo
de observação, como preferir.
Neste
observar, percebo o quanto a vida pode ser interessante, dependendo do ponto de
observação. Quando olhamos de nossa posição habitual, temos uma visão mais
direcionada a nós mesmos, ao nosso ponto de vista, digamos até meio
egocêntrico. Tem também o ângulo do outro. Há os que afirmam que este é o
ângulo mais difícil de observação, o ângulo onde temos que expor todas as
nossas habilidades críticas, criativas, imaginativas e até evolutivas, para
conseguir ver o que o outro vê.
Por
minha parte, o ângulo preferido de observação é o de cima; olhar as coisas do
ponto mais alto do cume; observar as reações de todos os envolvidos nas
situações, o outro e eu também. Sim, sem dúvidas esse é o ângulo de observação
mais complicado, pois nele você precisa despir-se de todas as suas convicções,
de todas as suas ideias pré estabelecidas, os seus conceitos elaborados de
antemão para determinada situação e/ou assunto. Mas afirmo que este é o melhor
ângulo.
Do
ângulo de cima você aprende mais, principalmente porque você não pode ficar
interferindo o tempo todo, afinal você é um observador imparcial, o que
desenvolve em você habilidades relacionadas à paciência e tolerância, te faz
uma pessoa mais condescendente (o que não significa complacente a tudo).
Neste
observar e refletir (porque quando observamos, se não refletimos a observação
torna-se vã), vou vendo o tempo passar, as coisas que pareciam desconexas se
encaixarem; os tons acinzentados tornarem-se mais amenos e até colorirem-se em
algumas situações; vejo os ventos levarem e trazerem coisas boas, coisas ruins,
coisas mais ou menos e assim vou vendo o tempo passar e adaptando-me às
novidades da minha vida.