sexta-feira, 30 de julho de 2010

GRANDE E FORTE


Encontrei-me com ela outro dia na rua. Mesmo de longe reforcei a idéia que ela passa de si: grande e forte. Dependendo de como ela olha para mim chego a me assustar. O que ela transmite, na verdade, é austeridade.
Paramos uma diante da outra e nos cumprimentamos. Ela sorriu seu sorriso doce e disse sentir saudades. Há tempos não nos vemos. Conversamos, trocamos figurinhas. Contou-me que está feliz. Seus olhos brilharam ao dizer-me isso. Vi ressurgir, lá no fundo, minha velha amiga, irmã para todas as horas, parceira das mais loucas aventuras. Mais um abraço e ela se foi, apressada como sempre, mas com passos leves, como se pisasse em nuvens de algodão.
Fiquei a pensar, mesmo que não dissesse, saberia que está feliz. Conheço-a pelos seus olhos, pelo timbre da sua voz e por esse seu andar de anjo saltando as nuvens.
Quando virei para seguir meu caminho, um pensamento transpassou a mente: minha amiga tão bela, tão grande e forte, de austera só tem a casca. De coração doce e terno é capaz de desmanchar-se no primeiro sinal de ultraje e aí sofre, deprime-se, entristece. Mas, na mesma medida, levanta-se, dá uma ajeitadinha nas belas vestimentas, abana os resquícios de poeira, os ciscos do chão, empina o nariz e reconstrói seu caminho, não de tijolos amarelos, mas de nuvens; aquelas mesmas nuvens de algodão que lhe são ajeitadinhas com as mãos para que fiquem bem fofinhas.
Sim, ela é mesmo grande, forte e bela, mas não austera. Antes é mutável, evolutiva, flexível, afável, amável, apaixonante... Agora, mais que nunca, apaixonada: pela vida, por si mesma e sabe Deus por quem mais.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PAPO POÉTICO

Patrícia e Regina, 27/07/2010, 16h30min.
Quando a inspiração vem, toma conta da gente, não há o que façamos sem que ela se expresse. Fizemos esse poema, um verdadeiro 'papo poético', numa conversa tosca de MSN. 

Nada como estar feliz e de bem com a vida!

terça-feira, 27 de julho de 2010

DAS COISAS QUE SÓ ACONTECEM COMIGO



DAS COISAS QUE SÓ ACONTECEM COMIGO

Cada dia para mim é uma aventura diferente e, dependendo do meu estado de espírito, uma aventura trágica ou cômica. Tendo em vista que estou feliz (muito feliz!), minhas aventuras têm sido bastante cômicas!

Poderia falar aqui da loucura que tem sido representar “Chapeuzinho Vermelho” com a Regina, para meus aluninhos das multisseriadas, mas como a semana está só começando, vou deixar pra contar essa história depois e todos os seus calços e percalços.

Ou poderia contar sobre como fazer uma sobremesa a jato, para salvar o pescoço de uma amiga num almoço de família, mas isso não vem ao caso. Quero contar mesmo sobre como fiquei duas semanas usando o MSN do Hotmail na faculdade, achando que a máquina estava bloqueada e eu sendo acusada (devido a minha loirice), de não saber baixar e instalar o dito programa no computador.

Aos preconceituosos de plantão, digo que baixei e instalei quatro (4) programas diferentes e nenhum funcionou. Uma técnica verificou e disse não saber porque não abria. Outras duas pessoas também olharam e deram veredicto inconsistente e eu continuei usando o MSN do Hotmail. Eu mesma tentei resolver o problema. Futuquei para lá, futuquei para cá, e nada...

Hoje, tranqüila e calma, conformada com as limitações de minhas conversações, fui programar para amanhã uma postagem no meu blog e estava lá no calendário do computador marcado 09/09/2009. Epa! A ficha fez “tilin” na minha cabeça.

Atualizei o calendário do computador e abri o MSN. Simples assim. Era só o calendário que estava com a data errada, nada que minha loirice não resolva.

domingo, 25 de julho de 2010

UM ELOGIO DE PRESENTE


Libâneo certa vez disse que receber um livro de presente é um elogio. Somente pessoas inteligentes dão e recebem livros de presente.
Esse fim de semana fui elogiada. Elogiada com estilo! Ganhei de presente, de uma pessoa especial, um livro. Mas não um livro qualquer, a capa desse livro é azul, o seu título é “Múltiplas escolhas” e a autora é Lya Luft.
Sob um céu meio azul, com nuvens que pareciam ter sido postas ali com as mãos, ladeados pelo mar e acariciados  por uma brisa que nos trazia seu cheiro e frescor, pude ouvir, falar, ver, sentir.
Neste momento, o que era uma quimera tomou corpo, voz, cor, cheiro. Movimentou-se e botou-me às portas de seu mundo. Agiu, tomou espaço, cravou lugar, abancou-se.
Não pensem que é meu aniversário ou qualquer outra data que exija ser marcada com um presente embrulhado em papel dourado. Não, não era, mas a partir de agora esse dia ficará sim marcado como especial. Esse dia, iniciado bem antes do nascer do seu próprio sol, abriu “margens para múltiplas opções e múltiplos caminhos” que dependerão apenas de mim, de você, de nós.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

UM FIM DE SEMANA ABENÇOADO!


Cheguei relativamente cedo. Um pouco ressabiada, pois há muito não faço parte desse grupo. Aliás, não conhecia a maioria que estava ali.
Logo vi um rosto conhecido que me acolheu e me apresentou a outros rostos que foram se tornando conhecidos também. Menos ressabiada então, observei que não era a única que me sentia um tanto deslocada ali, havia outros, por motivos os mais distintos, mas que com certeza perguntavam-se por que haviam aceitado o convite e se encontravam ali.
Lá pela hora do jantar contávamos quase 200. Uns totalmente à vontade, outros nem tanto; uns totalmente situados, outros sequer sem saber onde era o norte e por que estrada havia chegado.
O espaço era especial também: muito verde, tranqüilidade, uma belíssima lagoa, céu azul, passarinhos cantando, nenhum barulho de carro ou de civilização.
Arrumei alguma coisa para fazer, de preferência com uma caneta na mão (nem que fosse só para marcar X), para que me sentisse mais útil, mais próxima deles.
Nossos encontros diretos estabeleceram-se, então, a hora das refeições. Toquei em todos eles, trocamos olhares, sorrisos, fiz pequenas piadas com os mais relaxados, dei algumas chamadas aos mais relapsos, fui reconhecendo mais rostos, fiquei conhecendo mais histórias, tornei-me mais próxima.
Quase não dormi nos três dias, afinal, eles quase não dormem, precisam sorver todo o tempo que possuem, pois parece que este vai acabar quando menos se espera. Mas me diverti muito! Cantei, brinquei, ri, conversei com um amigo por horas e no final agradecemos um ao outro pela oportunidade que nos permitimos, presenciei um homem chorar pelo “simples” prazer de servir a Deus e vi muitos, muitos jovens felizes por terem dedicado um fim de semana inteirinho ao estudo da Palavra de Deus, ao louvor e à diversão sadia e cristã.
Enfim, um fim de semana bem atípico e imensamente abençoado!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

RESENHA DE JULHO - OS MISERÁVEIS


Um livro ligth, apesar de possuir um enredo cheio de idas e vindas. “Os miseráveis”, de Vitor Hugo, deixou-me com uma pulga atrás da orelha: temos mesmo autonomia de mudarmos o curso de nossas vidas? Ou nosso destino é pré-estabelecido e nada podemos fazer em relação a isso?

Jean Valjean enveredou-se por um caminho desvirtuoso, inicialmente não por sua vontade, mas devido às artimanhas do destino (?). Sofreu, foi humilhado, discriminado, agredido, menosprezado. Entretanto, uma mão lhe foi estendida e uma oportunidade de remissão lhe surgiu.

Mas viver não é simples, ou prático. É antes complexo e exige flexibilidade. As artimanhas do destino (se é que ele existe) nos cobra a todo instante o caminho que nos traçou.

O sofrimento faz parte da nossa caminhada. Saber enfrentá-lo, confrontá-lo, ou simplesmente conviver com ele é onde reside o segredo da vida e do viver.

Fiz uma boa leitura. Numa só tarde iniciei e findei a obra. E gostei! Fiquei com gostinho de quero mais. Agora vou decidir se vejo ou não o filme, haja vista que em 99,9% dos casos de filmes baseados em livros que já li me decepciono.

terça-feira, 13 de julho de 2010

TERMO DE COMPROMISSO


Um dia qualquer do mês de abril, vi no MSN dela a seguinte frase: “reformando casa, vida e coração”. Achei interessante, pois sabia que sua casa estava em reformas e concluí que ela aproveitaria a oportunidade para reformar, mudar alguma coisa também na sua vida e, sobretudo, em seu coração que havia acabado de sofrer uma decepção (não a primeira, porque a nossa vida é repleta delas, mas talvez a maior de todas pela pessoa envolvida: mais que amor, mais que amigo, mais que irmão).
Surpresa fiquei, quando logo depois desse fato ela NÃO se atrasou para um encontro. Em seguida NÃO esqueceu um compromisso e em outra situação NÃO fez nenhum comentário crítico às minhas ações.
É, tive que admitir, minha amiga estava mesmo reformando “casa, vida e coração”!
Entretanto, cética que sou, resolvi fazer uma aposta, com ela mesma, se aquilo, a tal reforma, duraria. Ela disse que sim. Eu duvidei.
Por um “longo” período ela cumpriu todos os compromissos no horário e dentro dos prazos. Não me deixava irritada esperando-a, nem me obrigava a lembrá-la de comprar presente de aniversário para nossos amigos ou seus filhos. Nem mesmo falava mais daquele amor que tanto a fez sofrer.
Mas reformas acabam e nem sempre os mestres de obras deixam tudo a contento e precisamos refazer algumas coisas ou deixá-las para lá, inacabadas mesmo.
Nos últimos 10 dias quase não vi minha amiga. Não fomos à academia nem trocamos figurinhas. Ela se deu ao “desfrute” de tomar uma taça de vinho comigo no sábado, mas quase me bateu porque atrasei meia hora para levar meu bebê a uma festinha de adolescentes.
Todo esse sumiço, e conseqüente stress, se deram, simplesmente, porque ela enrolou com seu trabalho nos últimos meses e o prazo estourava hoje. Consequência: ela teve que dar inúmeros pulos para dar conta de todos os gráficos e tabelas de resultados. E não conseguiu.
Diante disso, na qualidade de amiga-irmã, anjo da guarda velado, teço aqui esse termo de compromisso com você, minha querida amiga, onde deverá honrar com todos os seus compromissos, dentro dos prazos, sob pena de pagar multa simbólica de R$ 10,00 (valor que será doado a uma instituição de caridade) a cada descumprimento desse acordo.
Para tanto, me coloco como responsável (ai meu Deus!) de controlá-la, cobrá-la e auxiliá-la para que sua reforma de vida realmente aconteça, já que a da casa se deu relativamente bem e a do coração compete exclusivamente a você.

domingo, 4 de julho de 2010

SEGREDOS


Quando era criança gostava de assistir o desenho do ‘Snoopy’, pois me identificava muito com a personagem do Charlie Brown onde tudo dava errado. Lembro-me de um episódio onde uma das personagens do desenho tentava consolá-lo por mais uma vez não ter conseguido o amor da ‘Menina Ruiva’, seu amor platônico. A personagem disse que era melhor sofrer por um amor perdido que sofrer por nuca ter tido um amor. Charlie Brown fechava a cena dizendo: “que puxa”.
Fui crescendo e analisando a frase. Invariavelmente o amor nos faz sofrer. Ou no início, quando ele não é correspondido, ou no final quando ele não existe mais e não temos forças (ou coragem) para deixá-lo ir.
Entretanto, na minha caminhada, fui elaborando minhas próprias teorias sobre o amor e o amar. Constatei, que na verdade, tudo que fazemos, somos e nos transformamos, é em busca de um algo a mais, algo que nos complete ao mesmo tempo em que nos individualize; algo que nos adicione ao mesmo tempo em que possamos dividir. Algo maior que nós mesmos que nós não possamos controlar, mesmo que esse seja um de nossos fins, mas que acima de tudo nos controle, nos entorpeça, nos satisfaça, nos torne plenos.
Nas minhas andanças não consegui encontrar a resposta para como não sofrer no amor, mas descobri que se desocuparmos o nosso coração de toda mágoa, ressentimento e desejos supérfluos, se em nossa busca pelo amor o buscarmos em alguém que caminhe lado a lado conosco, se tentarmos fazer essa pessoa feliz, sem sufocar ou creditar a ela nossa própria felicidade, se formos nós mesmos, sem disfarces, sem subterfúgios, se formos simples de coração e espírito, talvez encontremos um amor que nos faça sofrer menos, aquele que ainda não encontramos, que complete a nossa razão de viver e que nos faça esquecer todas as dores causadas pelos outros amores.
Se procurarmos direitinho, encontraremos um amor que nos faça bem, que sorria e nos abrace quando chorarmos, que nos faça cócegas quando estivermos bravos e que segure nossas mãos quando tivermos medo.
Pode ser que mesmo assim ele nos faça sofrer, mas antes nos fará muito felizes (ou não!?).