domingo, 31 de janeiro de 2010

1.000


Meu primeiro post neste Blog foi no dia 24 de abril de 2007. Nele revelei o meu prazer pela leitura e pela escrita, mesmo sem muita noção do que escrevia, das frases que construía nos textos sem correção, ou mesmo sem uma segunda leitura para uma mera verificação ortográfica. Era só um espaço para colocar meus textos, tentar organizar aquilo que sempre povoou minha mente, as ideias que ficavam vagando no meu cérebro até ganharem corpo em forma de palavras. Talvez por isso a escolha do nome deste Blog tenha sido ‘Belas ideias’ (na época ainda com acento, hoje, de acordo com as novas regras ortográficas).

De lá para cá foram dois anos e nove meses. Inúmeras coisas aconteceram neste período. Foram coisas incontáveis e coisas que dividi com aqueles que privilegiaram-me lendo meus textos, que a cada dia (modéstia a parte) vem melhorando.

Esta melhora eu devo ao incentivo de todos que por aqui passaram e que hoje contam 1.000 novos acessos.

Este incentivo me fez buscar além de inspiração o apoio de meu anjo da guarda que com todo seu conhecimento de Licenciada em Língua Portuguesa vem me ensinando as milongas desta língua tão linda, mas ao mesmo tempo tão cheia de meandros que nos confundem, principalmente quando a mente é mais rápida que as mãos e boca na articulação das palavras escritas e/ou faladas.

Neste período foram postados 72 textos entre crônicas, contos, poemas e outros mais. Uns foram comentados, outros apenas lidos, uns mais, outros menos.

Cresci como escritora (se é que posso me considerar uma); cresci como pessoa (essa sim, tenho certeza que sou!); aprendi a colocar meus sentimentos nos meus textos, minhas emoções nas histórias que registrei, nos contos que narrei, nas crônicas que subtraí do cotidiano. Minhas vivencias e convivências foram aqui retratadas de formas diversas, pura e simplesmente, ou usando de fantasia, poesia, ficção, realidade.

Acima de tudo, conheci pessoas, ouvi suas opiniões, sugestões e críticas; deixei-me conhecer por elas, nos aproximamos, deixei-os entrar, de modo que me compensaram com sua presença, companhia construtiva e doce. Tornei-me mais próxima de um universo que sempre amei, que sempre me encantou e que vem me proporcionando incomensuráveis prazeres.

Como disse o poeta uma vez: "Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas quando parte, nunca vai só nem nos deixa a sós. Leva um pouco de nós, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada” (Kalil Gibram).

Acho que é isso: obrigada a todos aqueles que por aqui passaram, gostaram e continuam passando.

Obrigada à filha mais perfeita que Deus poderia ter feito para mim por sempre confiar e acreditar que sou capaz.

Obrigada ao meu anjo da guarda que nunca cansa de repetir as regras que eu sempre esqueço.

Obrigada ao meu outro anjo que sempre me emociona com seus comentários e poemas, além de ter me incentivando a olhar para este estilo literário com outros olhos.

A Deus, toda honra e toda glória.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

COISAS DA VIDA


Do que é feita a vida afinal? Do que ela se caracteriza, como ela se constitui?

Tem um ditado que diz que a beleza não está no cume da montanha, mas no caminho que percorremos para chegar até ela.

Na vida vivemos em busca de algo, tentando alcançar objetivos, adquirir bens, conhecer lugares, amar pessoas... acreditando que ao realizarmos alguns desses, ou todos eles, ali encontraremos a nossa felicidade, o prazer da vida, a essência do ser, do existir.

Nesta ânsia de buscas e conquistas, não notamos que a tão almejada felicidade, prazer da vida, essência do ser e do existir estão, exatamente, no caminho percorrido até o ‘cume da montanha’.

Como é gostoso imaginar algo que se quer, projetar a aquisição de um bem, planejar aquela viagem ao lugar dos nossos sonhos, nos apaixonarmos e usarmos todo nosso poder de sedução para conquistarmos a pessoa amada.

É, a vida então é feita de momentos, caracterizada por situações constituídas de fortes emoções que vão agrupando-se e montando individualmente a nossa trama existencial.

O complicado nisso tudo é que nem sempre nos damos conta deste fato e/ou quando damos, ele habita nossa consciência por um tempo determinado e depois é novamente relegado ao esquecimento e à angústia de simplesmente estar no ‘cume da montanha’.

PS: Sei que poderia ter aprofundando mais nos meandros que nos levam a compreender as 'coisas da vida', mas acredito que cada um deve buscá-los dentro de si echegar às suas próprias conclusões a partir da constatação dos mesmos.

Dedico ao meu anjo, que me ama exatamente como sou e nem por isso deixa de trabalhar para me ajudar a me tornar uma pessoa melhor.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

HISTÓRIAS DE AMOR


A mãe de uma amiga uma vez nos disse, diante de uma reclamação da filha sobre sentir frio, que este é psicológico e que “mulher elegante não sente frio”.

Guardei este conselho de uma sábia e elegante mãe por muito tempo e, de certa forma, o transferi para outras situações também. Assim como o frio e o calor, por se tratarem de sensações e, portanto psicológicas facilmente controláveis, passei a acreditar que o amor, também uma sensação [ou sentimento, como preferir] poderia encaixar-se na categoria do ‘psicológico’ e, também ser controlável.

E lá fui eu vida a fora controlando [ou fingindo, muito bem, controlar] meus sentimentos.

Amar ou deixar de amar nunca foram tarefas difíceis. Era só desligar a tomada e pronto, tudo estava resolvido. Um amor era sobreposto por outro e a vida seguia seu curso.

Não estou dizendo com isso que não sofri. Nada disso. Sofri sim, sofri muito, em alguns momentos desejei até morrer. Mas era uma dor que, de certa forma, eu ‘queria’ sentir, como o frio às vezes. Eu o deixava me invadir e, masoquistamente, sentia prazer com ele. Quando já tinha sofrido o suficiente, puxava a tomada e pronto: cancelava o sofrimento. “Simples assim”.

Recentemente repeti o ato de puxar a tomada e desliguei um louco amor. Uma paixão gostosa que me devolveu o brilho nos olhos a tanto esquecido. Um amor prazeroso que me fazia correr, cantar, brincar, ser feliz. Puxei a tomada nem tanto porque quis, mas porque achei que fosse o mais adequado a fazer.

Não sabia que certos amores funcionam a bateria também, ou, neste caso, a torpedos de celular.

A página estava virada, o amor estava sendo sobreposto, a vida estava tranquilamente seguindo seu curso.

Qual nada, certos amores, os verdadeiramente certos, não podem ser controláveis. Podem, talvez, ficar adormecidos, mas no menor sinal de sinergia, reaparecem com toda a sua força, revirando as páginas, desorganizando as posições, alterando o curso da vida.

Realmente não é tão “simples assim”.

sábado, 16 de janeiro de 2010

MEU PRIMEIRO AMOR


Ele era loiro e tinha os olhos azuis. Seu sorriso era lindo e, como ele era carinhoso comigo. Passávamos todas as tardes juntos, eu me sentava no balanço e ele fica ali atrás me empurrando, ou simplesmente sentava-se no balanço ao lado e ficávamos conversando.

Em outro momento sentávamos em alguma sombra, batíamos papo, brincávamos e riamos muito. Não nos importávamos nem um pouco com os risinhos e comentários de nossos amigos. O mundo parecia ser feito só para nós e, portanto, nada mais poderia interferir na nossa felicidade.

Lanchávamos juntos e aproveitávamos o momento para fazermos planos para o futuro: íamos nos casar, ter uma casa grande com uma piscina enorme e brincaríamos nela o dia todo.

Eu tinha 05 anos e ele 06. Estávamos na Pré-Escola, ou Jardim de Infância como era conhecido naquela época.

Para ser sincera, não sei se os cabelos dele eram louros ou escuros, ou se os olhos dele eram azuis ou castanhos, mas todo o restante da história está muito vívido na minha mente, inclusive seu nome. Se eu me concentrar bem, consigo sentir o cheiro daquele primeiro amor.

No ano seguinte, quando iríamos para a primeira série, a família dele mudou-se para outra cidade e nunca mais ouvi falar do “meu primeiro amor”.

Depois dele vieram outros. Cada série cursada na escola, um amor maior que o outro, mas todos com uma característica única: seria para a vida toda.

Só para deixar as coisas bem claras, eram todas paixões platônicas. Muito platônicas. Não chegavam nem perto da relação que tive com “meu primeiro amor”. Estes que vieram depois sequer souberam o quanto eu os amava e o quanto eles eram especiais para mim.

O meu primeiro beijo aconteceu quando eu tinha 15 anos e, diferente dos outros amores para a vida toda, este durou mais que um ano escolar. Para falar a verdade, antes deste importantíssimo primeiro beijo acontecer, sofri três ou quatro anos escolares de uma paixão platônica incomparável. Aquela paixão que me fazia acordar nas manhãs frias, vestir o uniforme e ir para a escola. Aquela paixão que me fazia procurar a estante da biblioteca com os romances de Eça de Queirós. Aquela paixão que me fazia ficar acordada até meia noite ouvido as baladas do “Good Nigth Mundial”.

Aquele primeiro beijo me fez sofrer de amor por muitos anos, mas não foi o último sofrer por amor. Houve outros amores para a vida toda, e ainda guardo o gosto amargo do último deles na minha boca, na minha alma, no meu coração.

Acredito que de uma forma ou de outra estamos o tempo todo procurando um amor para a vida toda, ou o verdadeiro primeiro amor. A Grê me disse que acredita que amor pra vida toda, na verdade, é o amor que a gente está vivendo naquele momento, quando não fica mais bom, trocamos por outro, até que um dia nossa história termina e aquele com o qual estamos representa toda uma vida, ou pelo menos uma parte importante dela.

Amar é muito complicado. Dói. Mas fomos feitos do amor e para o amor, por isso estamos sempre a procura dele, buscando por ele. Neste momento meu coração anseia por um primeiro amor, sobretudo que seja para a vida toda, mas minha mente racional não que mais saber de dores e complicações. Então decidi deixar que os dois travem esta batalha sozinho e me avisem, depois, qual dos dois venceu para que eu possa continuar meu caminho.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

COISAS SÉRIAS


Li uma crônica do Prata recentemente onde ele dizia que seu pai, desde 1991 não fala mais de coisas sérias e que, todas as vezes que o telefone tocava e ele via que era seu pai, sabia que viria uma boa conversa dali.

Naquele momento invejei enormemente Mário Prata. Como deve ser bom não falar de coisas sérias. É, porque não falar de coisas sérias implica, também, não pensar em coisas sérias, não vivenciar coisas sérias, enfim, viver uma vida mais leve, com mais coisas resolvidas do que para resolver, com menos cobranças, sem pressões do cotidiano, sem stress do trabalho, dos vizinhos, da família.

De posse da minha inveja, estudei diversas formas de imitar o Prata Pai. Primeiro comecei com meus amigos do MSN, depois estendi para minha filha, tentei inserir no trabalho também. Mas, por mais que eu não quisesse falar em coisas sérias, elas ainda eram bem presentes na minha mente, circulando de lá para cá, mexendo em todos os arquivos de lembranças que guardo com tanto cuidado no recôndito da minha mente.

Então, como se faz com experiências não tão bem sucedidas, decidi-me por guardar esta ideia junto com as outras, e também com as lembranças, lá no escaninho da mente, para que quando tivesse um pouco mais de assuntos resolvidos na vida, um pouco mais de liberdade para não pensar em coisas sérias, pudesse de fato imitar o Prata Pai e ligar para minha filha apenas para ter boas conversas.

sábado, 9 de janeiro de 2010

OS BONS MORREM JOVENS


Já dizia Renato Russo que “é tão estranho, [mas] os bons morrem jovens”. Entretanto, por mais que eu tente e que o tempo faça sua parte, eu não consigo entender. Aceitar sim, não há opção para isso, mas entender não é assim tão fácil.

Sempre que me lembro de você, lembro-me do seu sorriso largo, sua voz melodiosa, suas brincadeiras, sua alegria irradiante, sua leveza de ser. Em minha lembrança só recordo de lágrimas percorrendo seu rosto uma única vez, e naquele dia você me abraçou apertado e disse que mudaria sua vida.

A tristeza não fazia parte do seu dia a dia, mas ela lhe fez uma visita num momento em que nós nem desconfiávamos, mas era em meio a uma situação criada por Deus com o objetivo de nos prepar para a sua partida.

Aceito, mas não entendo. Isso não.

Você nunca pareceu tão maduro quanto naqueles dias. Estava tão consciente de sua necessidade, de sua vida, de nós em seu contexto... mas você “acabou indo embora, cedo demais”.

Em seus olhos cor-do-céu podia ver a sabedoria não compreendida, o jeito de ver a vida da forma mais simples possível, de resolver os problemas sem grandes complicações, de enfrentar o desconhecido, se aventurar, sem falar na necessidade de viver intensamente todas as emoções, se possível ao mesmo tempo, pois parecia que você não teria tempo de esperar cada uma à sua vez. E não teve mesmo.

Aceito, mas não entendo e “continuo aqui. Meu trabalho e meu amigos. E me lembro de você dias assim: dias de chuva, dias de sol. E o que sinto, não sei dizer...

Vai com os anjos, vai em paz”!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Resenha de Janeiro - "Verão Escaldante"

Esta é a resenha da minha amiga Regina (mas podem chamar de Rê). Como tudo que provém dela, a resenha tb é super diferente e ela não conta o final do livro. Confiram:

Quando gostamos de um filme, vemos várias vezes, não é verdade? E quando gostamos de um livro, repetimos quantas vezes a leitura do mesmo?

Não sei se por aqui (entre os participantes do ‘Desafio Literário 2010), alguém já leu algum livro de que tenha gostado muito, inúmeras vezes. Isso já ocorreu comigo.

Não cresci rodeada de livros, nem sempre gostei de ler e por incrível que pareça, enquanto estudante, lá pelos fins do magistério (sim, sou professora) lia muito... rsrsr... muito romance de banca apenas. E como gostava! Li muitos, mas não li nenhum deles várias vezes e nem precisava... rsrs

Fiquei um bom tempo sem ler (outras leituras), até conhecer, na faculdade uma pessoa que tornou-se minha amiga. Ela gosta tanto de ler que ainda criança tinha o hábito de ler dicionários, pode? (a propósito, é a dona da resenha anterior... rsrs)

Essa amiga falou tão bem do livro “O Pequeno Príncipe” que me fez querer lê-lo. Eu ameiiii!! (É o meu livro nº1) Depois ela até me deu um exemplar de presente. E eu já o li mais de umas 8 vezes... É o tipo de livro que cada vez que você lê, ele tem algo diferente a te dizer...

Depois de “O Pequeno Príncipe” vieram “O menino do dedo verde”, “Olhai os lírios do campo” “Helena”, “O Nome da Rosa”, a paixão por Drummond e a literatura na minha vida. Tudo indicação e influência do meu anjo de olhos-cor-de-mel.

O tempo passou. A vida mudou. Descobri outras paixões e assim ficaram para trás os romances de banca, até que descobri o ‘desafio’, decidi participar e como primeira indicação de leitura estava lá o tão amado, nos tempos de juventude, Romance de Banca.

Confesso que não tive nenhum critério na hora de escolhê-lo. Tenho uma amiga (outra) que tem vários e liguei para ela e pedi que mandasse alguns exemplares para que ‘o nosso grupo’ pudesse ler. Escolhi o meu romance pelo título e pelo ‘moço’ da capa, pode? Como estamos no verão e há dias em que está um calor insuportável, optei então pelo “Verão Escaldante”, para ver se conseguia fazer alguma relação com a minha realidade... rsrs

E assim foi feita a leitura do livro, buscando uma relação com a minha vida. Como ‘briguei’ com a Anne protagonista da história, como a xinguei de idiota e ingênua. Gente, pode alguém ver um cara (Jerry, o tal) pela primeira vez num bar, trocar meia dúzia de palavras e depois ir atrás dele, se entregar aos beijos e tudo mais (já de cara), passar em casa depois, pegar as economias dos pais e trepar numa moto e fugir com ele? Vocês podem não achar, mas achei isso um absurdo...rsrs. E depois fiquei pensando: “Se no início já rolou além das ‘preliminares,’ o que mais pode acontecer?” E é claro que o escritor (Paul May) soube conduzir isso muito bem, porque muita coisa aconteceu. E quem quiser saber o quê, de mais interessante, aconteceu nesse romance, vai lê-lo; ora pois, pois!!! (a tradução do livro é no português de Portugal, muito engraçado até, tem hora...)rsrs

Assim como fiz nas diversas vezes em que li o meu livro preferido, destaquei algumas frases que me chamaram a atenção no romance lido. Registro aqui para vocês a seguinte:

“Tanto no mar como na vida, os homens justos devem ajudar os náufragos”. A Anne, gente, ‘naufragou’ bastante nessa história, ai, ai... Nós também temos os nossos ‘naufrágios’ de vez em quando, não é mesmo? O verão para ela, foi por demais escaldante. Ah, se foi!! Mas também, cabeça dura como ela.

Detalhe: ela tem 20 aninhos, eu 33. Então não tem como brigar, né? A vida ainda vai ensinar muito para ela... rsrs

RESENHA DE JANEIRO - PAIXÕES PROIBIDAS

A resenha que se segue é a primeira dos componentes do meu grupo. Muito boa, por sinal. Mas como a minha, também conta o final, portanto, se não quiserem conhecê-lo, não leiam até o fim.


Jessie é uma jovem infeliz e mal-amada, cujo único refrigério são os cavalos do Rancho que herdou do pai. Seu marido, o bruto e truculento Bill, de passado obscuro, com o qual casou-se por "sugestão" paterna, está supostamente atrelado a uma cadeira de rodas desde que foi ferido, na coluna, por uma bala que não se sabe de onde saiu.

Bill é cuidado por um médico Woodlite, amigo da família que sugere um tratamento mais específico com um fisioterapeuta que acabara de chegar à cidade: Jeremy.

A atração entre Jessie e Jeremy é imediata e irresistível. Toda a cidade comenta o envolvimento dos dois. Bill desconfia, mas tem outro problema: uma velho amigo chamado Frank acaba de sair da cadeia e o ameaça. Bill, com um resquício de bom senso que lhe resta, disfarçadamente arquiteta para ficar só em casa, e é encontrado morto algumas horas depois.

Os investigadores culpam, evidentemente, Jessie e Jeremy, até que, ajudados pelo fiel criado Fred, que ouvira e vira algumas coisas, o crime é elucidado. Jessie e Jeremy ficam livres, então, para viverem a paixão fulminante que os uniu desde o primeiro momento em que se viram.

Adelma Lúcia (Delminha)

CHAMADO NATURAL


Você tem olhado o noticiário ultimamente? A notícia televisionada, ou a imprensa escrita ou mesmo o rádio? Não? Mas você tem observado ao seu redor? É, ao seu redor, o tempo, o céu, as pessoas, as plantas, os animais?

Desde algum tempo, venho ouvindo sobre aquecimento global, camada de ozônio, derretimento das geleiras, incêndios fora dos padrões (?) nos EUA, Grécia, Austrália, terremotos, maremotos, furacões, e outros. Mas a distância dos acontecimentos, ou a correria do dia a dia, não me permitiram dar importância a esses fenômenos.

Entretanto, alguns fatos que vêm acontecendo bem próximos de mim têm chamado minha atenção nos últimos meses.

Alguma coisa mudou na minha mente quando, no ano passado, a região Sul do país ficou totalmente debaixo d’água, morros inteiros vieram abaixo, e várias pessoas morreram. Depois foi a vez de Vila Velha-ES, aqui pertinho, a 150 km de mim, sofrer do mesmo mal.

No início de dezembro a minha cidade foi inundada por uma torrente de água de proporções ainda não vistas nos 120 anos do Município. Casas e pontes foram arrancadas, carros foram arrastados pelas águas caudalosas do rio, pessoas morreram. A visão que tínhamos das ruas e bairros invadidos no pós enchente eram de uma pós guerra: lama, móveis estragados espalhados pelas ruas, casas totalmente destruídas, pessoas desoladas.

Desde a entrada do ano novo tenho acompanhado pela TV e pela imprensa escrita as tragédias em Angra dos Reis e em todo o Estado do Rio de Janeiro. E teve também aquela ponte no Rio Grande do Sul que “caiu como uma folha de papel” arrastando carros e pessoas que estavam sobre ela fotografando a caudalosidade das águas.

Onde quero chegar com tudo isso? Não é óbvio?

A Terra vem dando sinais a algum tempo de que não está suportando o que está sendo feito com ela. Um dos sobreviventes de Angra dos Reis disse que a partir de agora jamais desafiará a força da natureza novamente, pois ela é infinitamente maior que a de qualquer ser humano.

Como um corpo vivo, a Terra está usando de todos os meios disponíveis para expulsar de si os hóspedes indesejáveis que estão lhe causando mal, aniquilando suas defesas naturais, ultrapassando todos os limites de sobrevivência, destruindo.

Não sou ambientalista. Passo longe disso. Sou apenas um indivíduo que habita nesta Terra. Que pretende habitá-la por muitos anos ainda e, se possível, deixar sementes. Mas se nós, num todo, não mudarmos nossos hábitos, não tomarmos consciência da nos pequenez diante da Natureza, também seremos expulsos através de sua poderosa mão.

Independente do caminho que ela tomar, é perceptível que a Terra está esvaziando suas dependências e caberá a cada um de nós, individual e coletivamente, minimizarmos as conseqüências de sua fúria através de mais respeito e atitudes de preservação, lembrando que nós somos partes integrantes da natureza e não sobrevivemos sozinhos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

RESENHA DE JANEIRO

Quando adolescente, tentei enveredar pelo mundo da leitura dos romances de banca, mas essa odisséia foi por demais curta. Achei este estilo repetitivo, sempre havia uma mocinha indefesa e um homem forte e musculoso pronto para salvá-la do mal que a acometia. Cansei, enjoei, e voltei a ler os clássicos, os romances policiais e outras pérolas que encontrava na biblioteca da escola e na Casa de Cultura.

Com o ‘Desafio Literário 2010’, me propus a ler não um, mas dois livros deste estilo e confesso que o primeiro foi além das minhas expectativas. Segue a resenha do primeiro, o outro será mencionado no resumão do “Chá Literario”.

PS: Como ainda sou inexperiente nesta área contei o final do livro, portanto, quem não quiser conhecê-lo pule openultimo parágrafo. Desculpem-me.



Em “Tesouro do amor” de Julia James, a mocinha não era nada indefesa, muito pelo contrário, era decidida, sabia exatamente o que queria e o que não queria. O mocinho, em contra partida, era um cara rico e que estava acostumado a ter tudo o que queria através de seu poder e riqueza. Conclusão, quando não conseguiu levá-la para a cama, aproveitou-se de um acaso do destino, um roubo de uma jóia caríssima não explicado apontou-a como culpada, e a chantageou para tal.

O cara levou a moça para uma ilha do caribe, com uma mansão maravilhosa, tendo à sua disposição criados que lhe satisfazia todas as vontades e necessidades. Ela tinha o dia todo livre para se refestelar pela ilha e, à noite tinha que servir ao ricaço mimado na cama. E olha que ela gostava. Achava o cara “viril” e gemia de prazer em seus braços (só não admitia, claro).

Quase no finalzinho do livro, o cara completamente apaixonado por ela e ela por ele, mas ambos cabeçudos o suficiente para não admitirem. Aconteceu que a moça foi seqüestrada por um Xeique Árabe que queria saber do paradeiro da amiga dela que fora sua amante.

Cego de paixão o ricaço mimado não pensou dias vezes em invadir a lancha onde a mocinha se fazia refém e a salvou, levando por isso um balaço no peito e quase morrendo.

É claro que no período de sua convalescência no hospital os males entendidos foram todos esclarecidos e eles puderam se casar e viverem felizes para sempre.

Ai,ai, nada como um bom romance mamão com açúcar para iniciar o ano.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

LISTA DO DESAFIO LITERÁRIO 2010


Tenho apenas um irmão que é 09 anos mais velho que eu. Esta posição dentro da minha família, ao contrário de que alguns possam pensar, me trouxe inúmeros problemas na minha infância e adolescência. Conceba ser criada com um cara que foi filho único durante 09 anos? Então, dá para imaginar meu sofrimento.

Mas, também não foi de todo ruim. Aprendi a me virar sozinha desde muito cedo; sou doutora em chantagistas, por isso não é muito fácil me pagar neste embuste; e, aprendi a apreciar um bom desafio (isso era a segunda coisa que meu irmão mais fazia comigo, desafiar; a primeira era chantagear).

Acho que é por isso que me empolguei tanto com o Desafio Literário 2010 da Vivi. Por isso e por simplesmente ser apaixonada por literatura e, preciso ressaltar, há muito tempo não lia por prazer como tenho feito desde que aceitei o desafio, sem contar que montar a lista dos livros a serem lidos no decorrer do ano, já se mostrou um desafio à parte.

Como temos nos divertido com essa etapa! Garimpar livros em malas empoeiradas, e tuias cheias de teias de aranha, pedir emprestado exemplares de outro município, voltar às bibliotecas de minha adolescencia e, comprar exemplares novos que ainda não fazem parte dos acervo acima mencionados, são alguns dos exemplos das aventuras vividas por mim e meu anjo da guarda na elaboração da lista e captura dos títulos.

Outro desafio ao qual nos propomos foi eleger membros para lerem conosco e serem ‘desafiados’ também. Para tanto, precisamos fazer algumas concessões, tipo deixar que eles usufruam da nossa lista tão duramente elaborada, emprestar os nosso livros tão dificilmente conseguidos, além de promover um ‘Chá Literário’ ao final de cada etapa para a discussão filosófica dos livros lidos, ao invés de uma simples resenha a ser postada neste blog. É claro que farei uma ‘resenha’ do ‘Chá’ que, na verdade, será outro prazer à parte.

Olha, vejam só: não foi apenas um desafio que aceitei afinal, foram vários e cada um mais maravilhoso que o outro. Portanto, é esperar para ver, ou melhor, ler.

Segue a minha lista de títulos a serem lidos:

Janeiro – Tesouro do amor- Júlia James

Fevereiro – O fantástico mistério de Feiurinha – Pedro Bandeira

Março – O Apanhador no Campo de Centeio – Salinger

Abril – O diário de um naufrago – Gabriel Garcia Marquez

Maio – O diário de Brigit Jhones

Junho – A Paixão segundo G.H – Clarice Lispector

Julho – Os miseráveis – Vitor Hugo

Agosto – Os Espiões – Luis Fernando Veríssimo

Setembro – Romeu e Julieta - Schakespeare

Outubro – Adeus China: O último bailarino de Mao – Li Cuxin

Novembro – Cain - Saramago

Dezembro – Mistérios do Coração – Roberto Shinyashiki

Os participantes do meu grupo são:

• Eu: Patrícia
• Delminha
• Regina
• Max
• Fabinho
• Darlene
• Vera
• Grê
• Jerusa

Em tempo: o grupo não está fechado, se alguém ainda quiser fazer parte será muito bem vindo, pois além de um pouco mais de cultura, esse desafio vai nos render bons momentos de amizade, carinho, amor...

sábado, 2 de janeiro de 2010

DESAFIO LITERÁRIO 2010


Quem me conhece sabe bem que adoro um desafio e não me esquivo de um bem arranjado. Por isso, o primeiro para 2010 é esse aí em baixo, e convido todos vocês a participarem comigo, é só seguir as regras do Blog Romance Gracinha da Vivi e mãos à obra.

Se quiser postar sua lista aqui, bem como as impressões obtidas com as leituras, será bem vindo.

PS:minha lista vem semana que vem, dá trabalho elaborar, viu?

Agenda do Desafio 2010 By RG

Janeiro – Para facilitar a vida de todas, leituras rápidas para o primeiro mês do ano. O desafio é ler um Romance de Banca ao estilo da Nova Cultural, Harlequin, entre outros livros vendidos em bancas. Vale qualquer segmento, Clássico Históricos, Momentos Íntimos, Júlia, Sabrina, etc… Tenho certeza que você tem um livro na pilha esperando para ser lido. Portanto não há desculpas.

Fevereiro – Um livro que nos remeta aos contos de fada. È baba! Nem tudo é inovação. Há muitas histórias baseadas nos contos de fadas. Patinho Feio, A bela e a fera, Cinderela…

Março – Um clássico da Literatura universal. Só vale aquele que você nunca leu na vida. Sabe aquela coleção em destaque na estante que está lá só para fazer bonito? È lá que você vai pescar esse.

Abril – Um livro de escritor(a)Latino-Americano. Leitura inédita só para lembrar!

Maio – Para aliviar, vai aí um Chick-lit. O mar está para peixe no que diz respeito ao gênero.

Junho – Um livro de uma escritora brasileira.

Julho – Um livro adaptado para o cinema. O que mais há ultimamente!

Agosto – Um romance policial. Vale os autores mais clássicos ou autores do romance “romântico” policial.

Setembro – Um romance histórico. Cá entre nós, esse gênero é o queridinho de muitas!

Outubro – Um livro que contenha uma lição de vida. Pode ser ficção ou não-ficção. Viu como facilitei?

Novembro – Um livro de escritor(a) de Portugal. Com a aproximação ortográfica porque não uma aproximação literária?

Dezembro – Um livro (ficção ou não ficção) que tenha a palavra “Coração” no título.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A IMPERMANÊNCIA DO TEMPO


Houve uma época em que o homem não se importava em contar o tempo. Naquela época, a preocupação do homem estava relacionada com o alimentar-se e abrigar-se e, o nascer e o por do sol eram simplesmente espetáculos divinos apreciados por um homem que não dava conta dos seus meandros.

A constância fazia parte daquele tempo e as emoções vividas acabavam por se tornarem exaustivas, arrastadas, até perderem seu brilho, sua força.

Em sequência a essa vida pacata, a “precária e veloz Felicidade” passou a ditar aos homens a celeridade do tempo, dada a inconstância da sua presença nas vidas, nos espaços, nas situações.

Foi então que o homem inventou as horas e passou a medir o tempo, relacionar épocas, refazer seus planos, reeditar seus objetivos, calibrar seu foco.

Diante dessa nova realidade: a percepção do tempo como algo dotado de início, meio e fim, o homem percebeu, também a angústia, a decepção, a dor e a impotência, pois o tempo mostrou-se limitado, apesar de imparcial e constante, apesar de volúvel.

Neste ínterim o homem apoderou-se da impermanência e a certeza de que “nem sempre vai ser assim”, que os meandros do tempo nos permitem altos e baixos e que são estes que nos embalam em doces esperanças de que a cada renovar do tempo, novas surpresas nos trarão sentimentos de amor, felicidade, paz, fraternidade, saúde, benevolência...

Feliz Ano Novo!