terça-feira, 10 de novembro de 2009

UM AMOR PRA VIDA TODA NA PALMA DA MÃO

Tenho uma amiga que, lá pelo 23º ou 24º copo de cerveja, costuma ler mãos.

Não é nada combinado, ou uma entidade que “desce” aproveitando o alto teor de álcool. Na verdade, é mais uma brincadeira do que algo em que se possa confiar ou escrever.

Numa dessas nossas tardes de domingo, onde garrafas de cerveja vazias se amontoavam num canto da área, nós estávamos sentadas no chão fresquinho, numa espécie de círculo mal arrumado, onde começamos mais uma brincadeira de “ler mão”.

Iniciando por mim, ela soltou um “nossa!”, olhou bem no fundo dos meus olhos, deu sua risadinha característica e partiu para uma outra mão (talvez menos complicada) e desfilou uma infinidade de acontecimentos, inclusive um filho, sonho mais latente para a dona daquela mão.

Estendi minha mão novamente, ela tornou a olhar, deu uma palmadinha sobre ela, mais uma risadinha, fitou o negro dos meus olhos como antes e direcionou-se para ler a mão da dona da casa. Nada de grandes acontecimentos ou surpresas nessa mão, apenas fatos corriqueiros, rotineiros, de uma vidinha cotidiana e “normal”.

Sem mais para onde fugir, ela enfim tomou minha mão e liberou a exclamação que prendera na última hora: “nunca peguei uma mão tão intensa como essa!”. Disse, entre risos, que todas as fases da minha vida foram muito intensas: infância, adolescência, juventude, fase adulta; todas cheias de acontecimentos fortes e marcantes que me transformaram na pessoa que sou hoje.

Não consegui ver o bem ou o mal nessa exclamação e comentários, de modo que continuamos nossa brincadeira. Fiz algumas perguntas: se teria mais filhos e ela disse que não, mas teria dois netos. Perguntei, então, se viveria muito tempo e ela disse que eu morreria bem velhinha. E, a pergunta que todos fazem nestas ocasiões: “e o amor?”

Entre uma risadinha e mais um gole no seu copo de cerveja, ela me disse que, em breve, eu encontraria um “amor pra vida toda”, e que, a princípio, seria para mim proibido, mas que se eu insistisse, me faria muito feliz.

Rimos muito, esvaziamos mais algumas garrafas de cerveja, falamos mais um monte de besteiras e voltamos para nossas casas.

Desse acontecimento para cá, “o amor pra vida toda” não saiu mais da minha cabeça, sobretudo na sua associação à felicidade. Não que eu não acredite na minha amiga que lê mãos, a verdade é que tenho relutância em acreditar no amor mesmo, e quando esse vem de mãos dadas com a felicidade, ai, ai...

Bom, se o tempo é mesmo mestre em tudo, vamos aguardá-lo e ver se esta “brincadeira de ler mão” tem algum fundamento.

P.S. Neste dia, a minha amiga quiromancista disse que um dos presentes perderia um campeonato de basquete e, na semana seguinte o fato se confirmou... Êpa...



3 comentários:

  1. Tem certeza de que essa amiga existe??rs

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  2. Patrícia
    O amor existe. E atrelado, enrolado, totalmente agarrado e indissociável da felicidade. Mas sua revelação a nós, nada tem a ver com leitura de mãos ou copos de cerveja...
    Dessa forma, vc não vai mesmo, nunca, encontrá-lo.
    Bj pra vc, meu carinho e cuidado.

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  3. "Palavras têm poder"... já ouviu alguém dizer isso???

    As coisas nos acontecem de maneira inexplicável. Quando Marido estava ainda casado com a minha ex-colega de trabalho e estavam em crise, ela ficava desfazendo dele, não atendia os telefonemas, essas coisas. Aí eu disse: "Não joga fora não, que se jogar, eu pego!" Não tinha nenhuma intenção de fato, na hora. Eu só queria que ela visse que estava jogando fora uma preciosidade.
    Bem, o caso é que ela realmente jogou fora e eu, dez anos mais tarde, peguei. É...

    Beijo!

    Gostei daqui, e vou voltar!!!

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