terça-feira, 5 de abril de 2011

A SAGA DA PASTA

Dia desses perdi a palmilha do meu tênis dentro do meu carro. Revirei tudo, levantei livros, olhei debaixo dos bancos, recolhi objetos pelo chão e nada dela. Quando reclamava a uma amiga ela disse-me que provavelmente algum duende havia escondido a palmilha do meu tênis só para divertir-se comigo e quando ele cansasse da brincadeira eu a encontraria.


Sem mais nem menos, alguns dias depois, ela (a palmilha do tênis) estava jogada ao lado da alavanca do freio de mão, entre os dois bancos da frente. Bem ali, onde eu havia olhado uma dezena e meia de vezes. Os duendes haviam cansado da brincadeira.

A chave do carro, já não tenho mais conta das vezes que perdi. Cogitei até a possibilidade de colocar um alarme nela para que apitasse quando eu acionasse um botão ou batesse palmas, mas minha filha avisou-me que essa tecnologia ainda não chegou a nossa cidade e que eu me contentasse em procurá-la até encontrar e que ligasse para meu celular todas as vezes que ele sumisse, rezando para que eu não tivesse colocado-o no modo silencioso.

Nesta semana sumiu uma pasta da minha sala. Uma dessas pastas simples de trilho, feita de papelão vermelho. Uma pasta que não custa mais que R$ 1,00 em qualquer papelaria. Sumiu. Simplesmente desintegrou-se.

Demos por falta dela dois dias depois. Procura daqui, revira dali. Pergunta um, pergunta outro. Olha dentro de um armário, procura na mesa vizinha. Até o lixeiro vasculhamos. Rodamos todo o prédio em busca da bendita, mas ela realmente parecia ter criado pernas ou, na teoria da minha amiga, os duendes estavam dispostos a brincar novamente.

Lembrando-me do episódio da palmilha do meu tênis resolvi revirar meu carro. Quem sabe os duendes haviam levando a pasta e colocado ao lado da alavanca do freio, entre os dois bancos da frente... mas, em meio à confusão e profusão de livros, papeis, sapatos, blusas, not book, bola, bala e tudo mais que reside no meu carro, não encontrei a pasta.

Passei um fim de semana inteiro preocupada com aquela boa e velha pasta de trilho, feita de papelão vermelho. Coitada, tão sozinha e indefesa; tanto que me ajudou guardando papeis, lista de presenças, justificativas de ausências, e-mail’s, telefones... e agora perdida, raptada pelos sádicos duendes.

Segunda-feira e um mutirão foi feito. Toda a Secretaria uniu-se em prol de descobrir o paradeiro da bendita pasta de trilho, feita de papelão vermelho. Todos juntos e unidos, Salve-Rainhas foram rezadas, dedos apontados em riste, olhos marejados em lágrimas, telefonemas dados e, finalmente, eis que os duendes cansaram-se da brincadeira e abandonaram-na em uma escola próxima (onde na segunda-feira da semana passada eu havia dado planejamento aos professores) e a pasta foi trazida de volta para minha mesa (lugar aliás de onde ela não sairá mais tão cedo) sã e salva, recheada de papeis, lista de presenças, justificativas de ausências, e-mail’s, telefones...

3 comentários:

  1. Amém..rs..que benção que encontrou sua pasta!! É assim mesmo, até na nossa vida. Quando esquecemos o que tanto queremos aprender a descansar no Senhor e Ele nos concede o milagre.

    "Não fiqueis ansiosos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus."
    (FL 4:6)
    Beijo carinhoso! Fica com Deus.
    Jô.

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  2. Olha... perder coisas é meu forte... mas estou aprendendo a controlar a ansiedade tb.

    Bjo

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  3. Agradeço a visita e as palavras em seu comentário. ^ ^

    É preciso sair um pouco de alguns assuntos e caminhar por outros, e assim, buscar conceitos difíceis de formular, - espero um dia ter a experiência de solucionar algo proposto, seja ou não de comportamentos psíquicos.

    Gostei muito da ideia do alarme nas chaves do carro para que apite quando as tivesse perdido, também espero estar atenta a esta tecnologia que com certeza será útil a mim. Já encontrei a incógnita que me rodeia quando me vejo a não encontrar algo, descobri que duendes podem estar me rodeando, rs - não esta sozinha nestes esquecimentos.
    Adorei a saga, incrível e muito engraçada. ^ ^

    Um beijo,
    Pamela.

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