Cheguei em casa aquela noite disposta a descansar. Após vários dias correndo de um lado para outro com noites de menos de 5h de duração no meio, era justo que a cama fosse meu local mais desejado naquele momento.
Um banho morno ajudou-me a relaxar. Colchão macio, cobertor felpudo, penumbra e o maravilhoso som da noite.
Mansamente meus olhos foram fechando-se, era como se o chinesinho do sono viesse jogar areia neles, igualzinho ao desenho animado do Pluto. Pouco a pouco o inconsciente foi tomando conta de mim; por alguns instantes distanciei-me do mudo num sono calmo e tranqüilo.
Um ruído cortou o silêncio da noite. Susto. De súbito meus olhos abriram-se. Olhei o negrume da noite e nada pude ver. Agucei os ouvidos, mas, como anteriormente, só podia ouvir o som da noite. Aos poucos fui relaxando e entregando-me ao sono, distanciando-me do mundo, desligando-me.
Novamente de súbito, o mesmo ruído anterior acordou-me assustadamente. Desta vez os olhos cheios da areia do chinesinho forçaram-se na direção do ruído, mas nenhum movimento, nada parecia residir ali naquele quarto além de mim e do chinesinho arrastando seu saco de areia do sono.
Minha mente, meio confusa de sono tentava reproduzir o ruído já ouvido por duas vezes na expectativa de conseguir entender o que estava sucedendo, mas nada, às portas do mundo dos sonhos os sons eram diferentes, sem explicação e possibilidade de reportar.
Pela terceira vez meus olhos voltaram a fechar-se e o chinesinho do sono novamente chegou bem pertinho de mim arrastando seu saquinho de areia e jogou outro punhado em meus olhos, o sono veio abancando-se, fui desligando-me, entretanto os ouvidos avisaram-me de outro ruído, o coração disparou dentro do peito os olhos abriram de todo. Agora sim pude distinguir a real direção do ruído. De um salto pus-me de pé, apertei o interruptor e fez-se luz. Num gesto rápido abri a porta do armário e mais rápido ainda saiu de lá um gato. Esbaforido, o bichano saiu quarto a fora louco e ao mesmo tempo feliz com a liberdade que já julgava perdida.
Agora sim poderia entregar-me a meu mais que desejado sono. Mansamente meus olhos foram fechando-se, a mente desligando-se. Fui distanciando-me do mundo, finalmente adormecendo.
Desta vez, sem que os ouvidos avisassem o coração disparou, os olhos se abriram espalhando areia do sono para todos os lados, era a mente que queria saber: como aquele bendito gato foi parar justo dentro do meu armário?
(Auditório do I Encontro Estadual de Educação à Distância, enquanto esperava o início)
Ulalahhhh!!
ResponderExcluirViva, um belo conto! Após dias sem escrever.
Saudades de seus textos.
Mas... não matou esse gato não, hein?!rsrs
[Ah, vc é amiga deles, mas eu o mataria... rs]
Que bom que sabe que não cometeria uma atrocidade dessas (rsrsrs). Também estou sentido falta de escrever, quem sabe nesse mini-recesso eu consiga escrever mais, afinal, inspiração não tem faltado.
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