sábado, 7 de janeiro de 2012

O CASO DA GELADEIRA


Verão em casa de praia é sempre cheio de histórias. Umas divertidas, outras nem tanto. A casa que ficamos este ano é alguns milímetros maior que a do ano passado, talvez por isso, achamos que poderíamos mais levar dois hospedes explícitos e um implícito o que, grosso modo, diminuiu ainda mais nosso espaço.

Como de costume, acampamos na sala que é anexa á cozinha. Noites iniciais tranqüilas: nem um pernilongo, um tanto quanto fresco, cansaço de viagem... Foi na quarta noite que tudo aconteceu. Todos dormíamos tranqüilos quando um ruído estranhíssimo tomou conta do ambiente. Uns descreveram-no como o de um tanque de guerra atacando o exército inimigo; outros menos exagerados julgavam o barulho como de um aeromodelo sobrevoando e fazendo manobras no céu da sala; e houve ainda aqueles que o caracterizaram como o de uma tobata agarrada no barro.

Alguns minutos de discussão dentro de nossas cabeças e percebemos que tratava-se do motor da geladeira. A primeira a levantar foi a Vera. Como não havia solução definitiva para o problema, ela tirou a tomada por alguns segundos e a recolocou. O barulho parou. Embalamos novamente no sono e em menos de 30 minutos o tanque de guerra, o aeromodelo e a tobata voltaram a funcionar a todo vapor, assim, todos juntos.

Quem se levantou na segunda vez fui eu, sábia como sou, repeti a manobra da Vera. A geladeira, que não é loira, esperou outros 30 minutos, soltou uma gargalhada e reiniciou seus roncos estridentes.

O terceiro a levantar foi o Ivo, que meio cambaleante arrancou a tomada e jogou-a no chão: “Pronto, agora quero ver quem ri por último!”

Foram só mais 30 minutos de silêncio e outro ronco iniciou-se. Mal pude acreditar: como estaria aquela fera a urrar se estava sem o menor contato com a rede elétrica? Será que havia algum tipo de armazenamento secreto?

Minha mente vagou até perceber de onde vinha o som desta vez. Cutuquei o Ivo e desafiei-o: “quero ver você desligar essa agora.”

Novamente o pobre levantou-se, desta vez ainda mais cambaleante, olhou para um lado, olhou para o outro: “como desligar a tomada de alguém roncando?”

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