sábado, 12 de outubro de 2013

O INCRÍVEL HULK

Quando eu era criança, bem pequena, no finalzinho da tarde passava o seriado do Incrível Hulk. Não me lembro muito bem dos episódios, apenas que o Hulk era um cara legal, que quando ficava nervoso transformava-se num monstro que destruía tudo e, em alguns casos, machucava as pessoas.

Lembro-me que sentava no sofá e ficava vendo tudo aquilo. O episódio sempre começava com ele chegando em alguma cidade diferente, onde por algum motivo a “cura” para sua mutação poderia ser encontrada. Ele aproximava-se das pessoas, iniciava sua busca, mas no meio da história alguma coisa ruim acontecia, ele perdia o controle e tudo se perdia.

A emoção tomava conta de mim quando tudo que ele tinha conseguido conquistar, as pessoas, algum respeito, algum carinho e atenção era perdido por uma explosão de raiva que o acometia e o transformava no monstro.

No final de todos os episódios ele aparecia vagando sozinho por uma estrada, geralmente à noite, algumas vezes chovendo, sempre sozinho novamente. Era impossível não chorar com música final e sua tristeza e solidão.


Eu deveria ter 4, 5 anos e a tristeza e a solidão daquele homem já me comoviam...

domingo, 6 de outubro de 2013

DE QUE COR EU PINTO?

Quando eu era criança, final de ano lá em casa era época de pintar as paredes. Apesar da trabalheira, era tudo uma festa. Minha mãe comprava uma espécie de tinta em pó que misturávamos com água dentro de um grande balde. Depois distribuía os pinceis, brochas e rolos e todos colocávamos a mão na massa.

O que mais chamava a minha atenção era a força das cores. Minha mãe escolhia uma só cor para todas as paredes da casa, mas nunca era branco, num ano era azul, no outro amarelo, no outro verde, no outro rosa... Mesmo que a pintura fosse feita apenas uma vez no ano, a imagem que tenho da minha casa dentro da minha cabeça é de um imenso arco-íris.


Quando nos mudamos da casa onde nasci e cresci, eu já era adolescente. Lembro que por um descascado na parede da sala vislumbrei as cores do passado e relembrei nostalgicamente como era colocá-las na parede.