segunda-feira, 20 de julho de 2009

Férias


Gostaria de saber qual o infeliz que teve a ideia de instituir férias?!?!?!?!

Como pode uma pessoa em sã consciência dizer a outra que esta terá direito a "certo número de dias consecutivos destinados ao descanso de funcionários, empregados, estudantes, etc" (FERREIRA, 1988), sabendo que o período destinado a este não será o suficiente para absolutamente nada.

Bom, se bem que na verdade o termo não afirma a obrigatoriedade de descanso, nem tão pouco o período que este deveria durar, haja vista que estes aspectos são diretamente relacionados ao indivíduo que "goza" as férias e o trabalho do qual ele provém e para o qual ele retornará.

Na verdade, meu inconformismo está em relação ao fato de que, pareamente aos feriados prolongados e finais de semana, este é o período de nossas vidas que passa mais rápido, na verdade, voa à velocidade da luz.

Há 10 dias estava super eufórica com a possibilidade de tirar férias, ficar em casa de pijama o dia todo, andar de bicicleta à tarde, assistir "Vale a pena ver de novo", pintar uma tela, ler um incontável número de livros que estão empoeirando na estante... até o meu carro eu disse que limparia...

Mas qual nada! Meu tão almejado "número de dias consecutivos destinados ao descanso" passou como o vento em meses de Agosto, bagunçou meus cabelos, arrancou algumas roupas do varal e se foi, dobrando a encosta do morro.

Entretanto, não posso dizer que não aproveitei meu "número de dias consecutivos destinados ao descanso", até que andei de bicicleta (uma vez, e não foi a tarde, foi de manhã), comecei a pintar uma tela (só comecei, não cheguei a terminar, e nem imagino quando terei tempo de fazê-lo), fiquei de pijama até tarde, li apenas dois livros e assisti "Vale a pena ver de novo" (só uma vez também!)... mas é que eu queria mais, queria ficar de férias até ter vontade de querer trabalhar novamente (será que isso aconteceria?) e, aliás, nem consegui limpar o meu carro (vou ter que colocá-lo no lavador)...

Será que é por isso que quando éramos crianças nossas mães ficavam dizendo: "aproveita mesmo, porque um dia essa vida boa acaba!" e acabou mesmo! Hoje os dias anoitecem mais rápido, as noites amanhecem mais cedo, não tem recreio no meio da manhã nem sesta no meio da tarde...
Não sou mais criança, na verdade sou uma mulher adulta com compromissos e responsabilidades; coisas do meu trabalho que não estão registradas e por isso só eu sei e posso dar continuidade estão a minha espera; tenho contas para pagar no fim do mês (ou seria no início?); e, acima de tudo isso, tenho uma filha linda para criar.

Acho que por isso vou me conformar com minha mísera semana de férias (não descanso) e vou retornar ao meu trabalho, minha mesa abarrotada de papéis, contratos e notas fiscais. Afinal, a vida continua e precisamos acompanhar o ritmo que ela nos impôs (ou fomos nós que impusemos a ela?).

Por isso hoje me permiti ser arrancada de minha cama, ser despida de meu pijama, colocar salto, pentear os cabelos, passar batom, pegar o carro (sujo, imundo) e acabar de vez com as minhas férias. Até a próxima!

Um comentário:

  1. Não chamaria de "infeliz" a pessoa que teve a ideia de instituir férias, mas penso que quem criou este período de tempo como necessário para a vida de alguém, estava não só precisando de descanso, mas estava também cansado do seu trabalho. Talvez a ânsia de alguém pelas férias esteja mais relacionada à insatisfação com o serviço do que pela necessidade própria deste período para refazer as energias.

    É difícil, mas deveríamos sentir prazer no trabalho, tal qual sentimos em desfrutar momentos de lazer. Assim seríamos mais felizes também...

    Bom trabalho e bom retorno de férias, minha querida. E tente ser feliz no seu trabalho também!

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