Sim, eu sei, já postei este texto. Estou re-postando-o, então, devido ao mesmo ter sido publicado no Jornal Cidade no mês de Novembro/10 e, para tanto, recebeu algumas linhas a mais no final.
Houve uma época em que o homem não se importava em contar o tempo. Naquela época, a preocupação do homem estava relacionada com o alimentar-se e abrigar-se e, o nascer e o por do sol eram simplesmente espetáculos divinos apreciados por um homem que não dava conta dos seus meandros.
A constância fazia parte daquele tempo e as emoções vividas acabavam por se tornarem exaustivas, arrastadas, até perderem seu brilho, sua força.
Em sequência a essa vida pacata, a “precária e veloz Felicidade” passou a ditar aos homens a celeridade do tempo, dada a inconstância da sua presença nas vidas, nos espaços, nas situações.
Foi então que o homem inventou as horas e passou a medir o tempo, relacionar épocas, refazer seus planos, reeditar seus objetivos, calibrar seu foco.
Diante dessa nova realidade: a percepção do tempo como algo dotado de início, meio e fim, o homem percebeu, também a angústia, a decepção, a dor e a impotência, pois o tempo mostrou-se limitado, apesar de imparcial e constante, apesar de volúvel.
Neste ínterim o homem apoderou-se da impermanência e a certeza de que “nem sempre vai ser assim”, que os meandros do tempo nos permitem altos e baixos e que são estes que nos embalam em doces esperanças de que a cada renovar do tempo, novas surpresas nos trarão sentimentos de amor, felicidade, paz, fraternidade, saúde, benevolência...
Mais um ano está findando. Hora de fazermos balanços. Hora de aferirmos o que deu certo e o que deu errado. Hora de planejar mais algumas ações para um novo período de tempo que se instala a nossa frente, novinho e pronto para ser vivido.
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