sexta-feira, 4 de setembro de 2009

BORBOLETAS

Existem certas situações em nossas vidas que nos levam a refletir sobre a nossa existência e o que estamos fazendo, de fato, neste mundo.
Em um destes momentos de reflexão, observava o horizonte e dele veio um pequeno inseto, altamente colorido e trabalhado em sua beleza, que chamou minha atenção. Por alguns instantes aquele inseto, o seu voo, a sua liberdade, levaram-me a analisar a minha própria vida e "liberdade".
Numa fração de segundos o inseto passou por mim e pousou numa planta próxima. Apesar do pouso, suas asas ainda movimentavam-se e pude observar melhor o brilho dos matizes e das combinações de cores à luz do sol que pareciam ter sido feito não por outro artista senão o próprio Deus.
Aquela pequena borboleta possuía uma arco-íris inteiro em suas asas trêmulas que encantaram-me.
As borboletas são insetos que vivem, em média, apenas três meses e passam por quatro fases totalmente distintas entre si neste período que, juntas, culminam na beleza que tão respeitosamente observava naquela tarde.
A terceira fase pela qual passa esse inseto é, sem dúvidas a mais dura, escura, dolorosa e solitária de todas, mas necessária para que ela se torne um pequeno ser que encanta àqueles que tem a sorte de apreciá-lo.
Tem um antigo conto que conta que um garoto, incomodado com a demora que a borboleta levava para sair de seu casulo [a tal terceira fase de sua vida], bem como a dificuldade com a qual realizava esta operação, tomou às mãos uma tesoura e cortou o casulo "ajudando" a borboleta a sair dele. Entretanto, o que este garoto não sabia é que a luta da borboleta para sair do casulo é um "mal" necessário pelo qual ela precisa passar para que tenha forças e esteja pronta para voar e nos encantar com sua beleza, e o ato de "ajuda" do garoto fez com que a borboleta ficasse deformada e incapaz de voar.
Geralmente não nos damos conta de que nós também passamos por fases distintas entre si em nossas vidas e que, a cada uma delas, necessitamos de um período de adaptação (casulo) para, através da superação dele, podermos viver plenamente o prazer da liberdade proporcionada logo a seguir.
As dificuldades que eventualmente enfrentamos para sair do "casulo" pode nos cansar, provocar dores e vontade de desistir, em muitos casos realmente precisamos da "ajuda de um garoto e sua tesoura", mas devemos compreender que, quando conseguimos superar os obstáculos que esta mudança de fase proporciona, "renascemos" para uma nova fase fortalecidos, coloridos e prontos para abrirmos nossas asas altamente exuberantes e voarmos para o horizonte.
"Borboletas são tão belas, o que seria delas se não pudessem voar?
O céu e as estrelas, não poderiam vê-las passar
Lá fora eu vejo um mundo e sinto lá no fundo que aqui não é o meu lugar
Eu sou pequenininha e fico aqui sozinha a sonhar
O meu coração me diz, que um dia ainda vou ser feliz
Voar para bem longe, como eu sempre quis
Um dia eu tive a chance de ter ao meu alcance o que fez transformar
sonho em realidade, escuridão em brilho no olhar
Eu vi que na verdade a dor um dia pode ter fim
Achei a liberdade, ela tava dentro de mim
O meu coração me diz, agora eu já sou feliz
Voei para bem longe como eu sempre quis" (Luciana Mello)
Sei que é difícil conceber, mas devemos admitir que se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, Ele nos deixaria incapazes de viver e ver as belezas que têm reservado para nós ao longo de nossas vidas.
Por isso força, é só um casulo a ser rompido!

Um comentário:

  1. Obrigada, Patrícia...

    Por me lembrar que na vida, os casulos são imprescindíveis, e que é através das fase ruins que a gente é refinado, aperfeiçoado e encontra um pouco mais de plenitude...
    Portanto... Força! O melhor de Deus está por vir!

    Abraço apertado e todo o meu carinho

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