sexta-feira, 9 de abril de 2010

O AMOR


O amor tem sido pauta das minhas discussões e divagações nos últimos post’s. Em alguns momentos falo de um amor doído, saudoso, melancólico. Em outros, é um amor esfuziante, que toma conta de todo o meu ser, minha alma, minha existência.

Camões, acho que há muito tempo sofreu do mesmo mal que eu e foi feliz em afirmar que “o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer”. Até o Renato russo, acredito que também condoído como nós, colocou belos acordes nesses versos e fez enorme sucesso e continua embalando fantásticas dores de cotovelo até hoje.

Decididamente não dou conta. Neste ligar e desligar tomadas, neste virar páginas e sobrepor amores, não dou conta.

Da última vez que chorei por amor, decidi nunca mais me apaixonar. Mas acho que minha mente esqueceu de mandar esse recado ao meu coração, ou, simplesmente, o mensageiro se perdeu na profusão de sentimentos de que é feito todo o meu ser.

A conclusão a que chego é que vou ter que trabalhar isso melhor: refazer alguns cálculos, tirar novas medidas dos espaços existentes em mim, reagrupar alguns pensamentos por afinidades, intensidades, originalidades, necessidades e afastar a maioria dos sentimentos que me fragilizam, me amolecem, me fazem querer amar novamente.

Não estou querendo com isso excluir o amor da minha vida. Longe de mim ser tão radical. Quero apenas eliminar aquele amor do qual não mais acredito e, por isso ou em conseqüência disso, me faz sofrer tanto.

Fogo que arde sem se ver né? Ferida que dói e não se sente? Vamos ver quem é mais forte.

3 comentários:

  1. É deveras uma decisão corajosa e não menos notável. Mas, sinceramente, acho difícil não se render ao amor, esse ente invisível que abala nossas vidas, faz poesia em nossos olhares, traz cor a negritude da alma dorida...

    Mas, de qualquer forma, boa sorte!
    Já o texto é um verdadeiro exercício de sensibilidade.

    xeros juazeirenses,
    Pê.

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  2. É difícil, momentos que você acha quase impossível o desafio. Mas sabe, teve um dia que acordei e consegui enxergar todos esses amores que não mais acreditava sobre uma ótica padronizada. Estranhamente padronizava afetos que me machucavam. Depois dessa descoberta, fui capaz de reconstruir amores e perceber que amor solitário só (nos) causa dor, o amor tem que ser duplo. Sempre.

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  3. Um desafio e tanto, Patrícia!
    Davi versus Golias. Assim como Davi, devemos encarar o gigante de frente e jamais temê-lo. Devemos estudar suas fraquezas, suas vulnerabilidades, e atacar com veemência (quando for preciso) ou se defender com estratégia (quando for o caso).
    Entretanto, o mais importante é nunca deixar de lutar, não importando a maneira que seja, pois somente assim podemos ficar sempre em contato com o amor, esse temível e ao mesmo tempo estimado sentimento...

    Bjos! Rob`s

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