domingo, 2 de agosto de 2009

"Vaidade das vaidades, tudo é vaidade" (Ec: 1.2) - Resposta



Às vezes as palavras são ditas (ou escritas), mas por si só não trazem o peso do sentimento que as disseram (ou escreveram), ou ainda, em decorrência das circunstâncias ou do contexto, elas assumem sobre si um peso além daquele que lhes foi dado.
Geralmente quando paro para analisar o mundo, sua composição, minha localização dentro dele e o envolvimento dos demais seres que o habitam em sua movimentação, fatalmente chego a conclusões que causam divergências, não entendimento e incompreensão por parte daqueles que, por ventura, tomam conhecimento de minhas análises e conseqüentes divagações.
Em meu caminhar (que já teve altos e baixos como o de todo mundo), sou sempre sustentada pela minha esperança e, sobretudo, pela minha fé. Só que sou humana, fraca e pecadora e em alguns momentos minha esperança e fé me levam a concluir como o Pregador, que tudo o que faço, por mais elaborado que seja, não passa de um simples “correr atrás do vento” (Ec: 1.14).
Esta estranheza com o mundo e com as coisas que me são comuns, são conseqüência de uma das características da esperança, aquela de antecipar o futuro, de fantasiar... e, quando nos damos conta de que o que idealizamos não faz parte do que estamos vivenciando, nos decepcionamos, levando-nos, ou melhor, levando-me a discorrer sobre minhas dores, angústias, inquietações, depressões...
Quando em meu texto anterior levantei a questão de que acreditava que para que tudo desse certo neste mundo era só ser boa, não quis dizer que estava fazendo uma troca com Deus; mas, como cresci ouvindo que “se não fosse boazinha Deus castigaria”, realmente passei a acreditar que “sendo boazinha Deus me recompensaria”, mas o Pregador constatou (como eu também já imaginava, mas no momento de desesperança não gostamos de admitir) e me disse que: “considerei todas as obras que fizeram minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol” (Ec: 2.11).
Vê, quando me disseram para ser “boazinha”, esqueceram de me dizer que isso não me absteria de sofrer, lutar, decepcionar, enfadar, entristecer, etc. mas que me daria o privilégio de me regalar “acima do sol”.
Oriah Dreamer (2000), completou lindamente minhas reflexões acerca do meu texto anterior e dos comentários que ele geraram, dizendo que: “às vezes, quando acaba a esperança, posso levar a respiração até meu coração e ali encontrar a fé que me sustenta, a fé que é alimentada pelos momentos em que eu ou os outros somos capazes de encontrar o que é bom, o que é engraçado, doce e suave na vida, apesar das feridas profundas e das dificuldades insuperáveis. É a coragem do espírito humano e a persistência incansável da vida ao nosso redor que me dá fé. Então eu creio, [...] tudo bem, realmente tudo bem. A vida continua, e com sua beleza conspirará para trazer-me de volta a esperança. Tenho fé nisso” (p. 144-145).
E, como Deus me ama e jamais me abandonará, colocou na minha vida um anjo, que me trouxe outro anjo (que agora não é mais emprestado, mas que me pertence porque eu o conquistei e ele me conquistou) para aquecer minha fé e trazer de volta a minha esperança.


Amo vocês duas!

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