sábado, 24 de outubro de 2009

BANCO DE RESERVAS

O que fazer quando não se tem o que fazer? Não sei dizer...

Essa vida corrida, cheia de idas e vindas, de encontros e desencontros, meio que deixa-me perdida quando prepara a surpresa de me deixar no banco de reservas, à espera de algo acontecer.

Esperar. É o que se deve fazer sentada no banco de reservas. Esperar e ver o jogo rolando lá no campo. Correria do restante do time. Gritos estridentes do treinador que teima em querer ser ouvido, e atendido, nesta loucura que é o jogo da vida. Olhar o juiz correndo de um lado para o outro carregando, além do apito e dos cartões, a ilusão de que manda alguma coisa naquele campo.

Por um instante viajo em meus pensamentos e imagino como seria entrar neste jogo agora mesmo, o que faria para mudar o placar? Teria fôlego para acompanhar os demais jogadores? Colocaria a mão, ou o pé, na bola? Sentiria-me perdida, ou ajudaria a organizar a bagunça que impera no cotidiano deste jogo?

Meu olhar se encontra, por um mero instante, com o do treinador, cujos olhos brilhavam num azul profundo e incógnito. O que será que se passou por sua mente neste instante? Será que ele pensa em me colocar nesta partida, ou ainda ficarei de molho mais um tempo? Será que ele sente pena de mim por eu ter que ficar ali, sentada no banco, esperando a minha hora de entrar em campo, ou acha meu descanso neste momento necessário para recarregar as baterias, definir prioridades e refletir sobre mim mesma?

Ele desvia o seu olhar do meu rapidamente, como que prevendo meus questionamentos e querendo guardar só pra si o que o aflige e que me deixa ainda mais incomodada em esperar sentada no banco de reservas da vida.



2 comentários:

  1. Hoje, não sabendo bem o que dizer, faço minhas as palavras de Cora Coralina:

    "Se temos de esperar,
    que seja para colher a semente boa
    que lançamos hoje no solo da vida.
    Se for para semear,
    então que seja para produzir
    milhões de sorrisos,
    de solidariedade e amizade."

    Então, minha amiga, vamos esperar, e acreditar que, no fim de tudo, vamos colher a semente boa...

    Bj, abraço e carinho

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  2. "O QUE FAZER QUANDO NÃO SE TEM O QUE FAZER?”

    A resposta está na própria pergunta; se não há o que fazer, então o melhor é deixar acontecer. Deixar acontecer é não prever, não sofrer antecipadamente, não criar expectativa, não inventar possibilidades.
    É realmente, deixar acontecer!
    Deixar que os acontecimentos tomem o rumo do acaso, do imprevisto, do que tiver que ser...

    Quanto à surpresa do banco de reservas, é algo inusitado, imprevisto e não nos preparamos para saber suportá-lo. Entretanto, uma vez que nos é imposta esta condição de ficar na espera, fiquemos então na espera. Estar na espera, é também momento de se preparar para a entrada. Esperar é se preparar para estar pronto, seja qual for a necessidade do jogo: correr atrás do prejuízo, defender para manter o placar, dar uma nova possibilidade ao time.
    Estar no banco de reserva é também sinônimo de versatilidade. Ao contrário dos outros que estão atuando, você será um “trunfo” que poderá mudar a história do jogo...

    Meu anjo, há momentos na história do jogo da vida que temos que nos preparar para enfrentar as adversidades e há outros em que realmente temos que esperar, pois não temos o controle total do que pode ou não nos suceder. Sendo assim não há mesmo o que fazer, apenas esperar e deixar acontecer...

    Há momentos que não teremos respostas imediatas, por mais que as queiramos e desejemos!!

    Bjão, minha amiga... e... entrega pra Deus!

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