sábado, 3 de outubro de 2009

LIÇÕES DE VIDA II


A vida nos ensina muitas lições. Cada dia que vivemos, se tivermos a sensibilidade de observarmos, aprendemos alguma coisa, ou muitas coisas. Por exemplo: quando crianças pequenas, aprendemos que chorando temos comida, acalento e nos livramos do incômodo das fraldas molhadas.

Um pouco maiores descobrimos que se não formos bem nas provas, ficamos de castigo e levamos uma sova. Que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem. Que não somos o centro do Universo. Que não devemos ficar no caminho de pedras que são roladas, porque elas podem cair sobre nossos pés e amassar nossos dedos.

Com 13 ou 14 anos descobrimos que a escola pode nos ensinar muito mais que os conteúdos curriculares. Que precisamos aprender a separar os problemas por ambientes. Que os meninos são lindos, mas aprendem muito cedo, também, a serem cafajestes.

Aos 16, 17 aprendemos que o primeiro beijo nos deixa com as pernas bambas. Que o primeiro amor não será para a vida toda. Que mulheres bonitas podem atravessar a rua a qualquer momento se o motorista do carro que vem a frente for um homem. Que existem amigos apenas “de copo”. Que às vezes o papai tem razão.

Lá pelos 20 descobrimos que com jeitinho, os homens fazem tudo o que queremos (mas isso sempre sai muito caro depois). Que se apaixonar e jurar que é para sempre é a melhor coisa do mundo. Que ouvir a mesma música melosa por horas e chorar por amor com uma amiga e uma taça de vinho é muito bom. Que os irmãos não nos amam tanto como deveriam. Que o natal pode, também, ser triste e solitário.

Depois que casamos temos que aprender que a vida continua. Que a Terra não para de girar só porque encontramos nosso príncipe encantado. Que crianças continuam nascendo. Que a mente não para de funcionar. Que os sentimentos mudam (na verdade isso é só uma questão de tempo). Que devemos continuar lindas e que a concorrência permanece a mesma.

Lá pelos 24, 25 aprendemos que filhos nem sempre são aqueles que nascem da gente. Que carga genética não é tudo afinal. Que o amor verdadeiro se constrói a cada dia. Que mães e filhas podem ser amigas e compartilharem segredos. Que a vida é uma caixinha de surpresas, e algumas, divinas.

Com 30, 31 (alguns antes), aprendemos que uma hora ou outra (ou, de uma hora para outra, isso depende), os príncipes encantados se transformam em sapos. Por mais que queiramos, estamos sempre sozinhos e precisamos contar é conosco mesmos. Que os pais não são eternos, por isso precisamos aproveitar todas as oportunidades e esquecer as rusgas que tivemos com eles enquanto adolescentes. Que a vida passa rápido demais e as dores (graças a Deus!), também.

Aos 33, 34, aprendi que nada melhor que o tempo para nos mostrar a verdade. Que não há tombo do qual não possamos levantar. Que existem amigos verdadeiros. Que a saudade doi (muito!). Que “Deus nos envia anjos pra nos ajudar”. Que nem todo sapo pode se transformar em príncipe. Que as metáforas podem nos dizer muitas coisas. Que Deus está no controle.

Bom, sei que o aprendizado não parou por aqui (e isso é fantástico!). Sei também que muitas das coisas que só aprendi agora, eu deveria ter percebido há algum tempo, pois isso evitaria muito sofrimento. Mas, tem uma outra lição que já aprendi há alguns anos, mas que a reforço sempre: não há aprendizado sem sofrimento (infelizmente) e que esses, são os que a gente nunca esquece.

2 comentários:

  1. Patrícia,

    Eu penso que o grande segredo pra ser feliz é exatamente a gente saber viver e aproveitar as fases da vida, aprendendo aquilo que precisa ser aprendido em cada uma delas. Sem atropelos, sem ansiedade. Mas como isso é difícil!!! Acho até que ninguém conseguiu até hj.
    Mas, que bom, pois mesmo nos antecipando e trazendo pra nós mesmos dores e sofrimentos pelos quais nem precisaríamos passar, sempre temos a oportunidade de recomeçar. Vendo em cada recomeço uma preciosa chance de ser feliz, dada por Deus, que, indiscutivelmente, está no controle...

    Lindo texto, gostei muito!

    Bj e todo o meu carinho

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  2. porque será que não damos importançia ao ser criança, mas a vida mais tarde lembranos esses momentos tão importantes; será porque lá bem no fundo nunca deixamos deo ser.

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