domingo, 13 de junho de 2010

TALVEZ UMA PALAVRA

Então, aqui estou à sua frente. O que tens a dizer-me? Qual a mudança nos acontecimentos que fizeram com que chamasse-me, implorasse minha presença depois de tão grande ausência. Ausência de corpo; ausência de alma; ausência de espírito; ausência de sentimentos; ausência de emoções.

Suas palavras, o som que proferes, gestos, feições, nada exprime qualquer emoção que me sacie. O que houve? O que sucede? O que altera nossa natureza indiferente? O que nos reaproxima?

Um olhar. Talvez um suspiro. Sorrisos não residem nos seus lábios. Sussurros, apenas isso, sussurros.

As respostas não vêm. Os olhos nem sempre falam tudo o que precisa ser dito em palavras. Vozes. Preciso ouvir o som da sua voz. Ouvir as palavras que saem da sua boca e rasgam o silêncio sufocante que nos oprime, afasta, assusta, ofende. Elas não vem. Silêncio.

Também em silêncio levanto-me. Vagarosamente retiro-me, não antes de um olhar, um último olhar.

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