terça-feira, 29 de junho de 2010

RESENHA DE JUNHO - A PAIXÃO SEGUNDO G.H.

Do que somos feitos? Como são formadas nossas emoções? De que constitui nossa mente? Como são elaborados nossos pensamentos? A que nos propomos? Onde são estabelecidos nossos relacionamentos?

Poderia continuar questionando por longos períodos, mas não teria respostas aos demais questionamentos, como não tenho a estes aí em cima. Não estou falando de respostas objetivas, mas daquelas subjetivas que nos levam a outros questionamentos e cada vez mais nos entregamos ao confrontamento da nossa mente com a racionalidade, o viver, o sentir.

Li “A paixão segundo G.H.”, Clarice Lispector, para o Desafio Literário do mês de Junho. Não conheço muito da autora, fiz breve pesquisa na net e o único livro dela que havia lido foi “A hora da estrela”.

Achei-a complexa; densa; e, em dados momentos, confusa e redundante.

Mas tenho como característica não aceitar a primeira impressão, ou a segunda, ou, ainda, a terceira, quando estas são negativas. Procuro sempre o lado bom das coisas, algo compreensível, justificável.

G.H. me pareceu uma pessoa solitária, taciturna e num momento ímpar de auto-avaliação, o que a levou a se perder dentro de si mesma, rever conceitos há muito estabelecidos sem, talvez, critérios bem definidos. 

O livro é um constante perder-se e achar-se da personagem de Clarice. Um amar-se e odiar-se; luz e escuridão; angústia e contentamento; liberdade e aprisionamento.

Não há leitura que não me acrescente. E Clarice me acrescentou. Muito. Acrescentou-me uma visão diferenciada dos fatos cotidianos, um outro prisma. Acrescentou-me uma forma diferente de expressão, com palavras simples e períodos curtos que muito dizem, muito representam. Acrescentou-me um tanto a mais de reflexão sobre a vida e o viver.

Bom livro, apesar de toda a complexidade que o constitui. Ótima leitura de um livro que jazia na minha estante há tempos esperando a coragem de filiá-lo, lê-lo. Maravilha de desafio literário que tem me proporcionado experiências fantásticas em todos os campos.

5 comentários:

  1. O livro é uma antítese então? rs
    Que desafio, não é mesmo?
    Também escolhi esse, mas como fiquei esperando o seu exemplar, mais uma vez não cumprirei o desafio do mês...
    Sua resenha me instigou ainda mais e até mesmo os comentários em 'off' alimentaram minha curioridade.
    Gosto da Clarice, ela ímpar. E esse seu estilo denso e complexo mesmo que deixa suas histórias, assim como ela, singulares.

    estou aguardando o livro, tá?

    Bj
    Ps: Vc aprendeu mt bem com o Paulão a profª dele... rsrsrs

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  2. Oi Patrícia,
    Eu imagino mesmo que ele seja complexo, a Clarice sempre escreve livros assim, temos que ler e reler para compreender, ou pelo menos pensar que compreendemos.Eu ainda quero ler esse livro, ele era reserva para o desafio , mas, infelizmente fiquei enrolada com o primeira e não deu tempo de ler.

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  3. Oi, Patrícia
    Como você tendo a crer que não saímos incólumes de uma leitura. Ainda quero ler Clarice e bem compreendê-la. Beijos

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  4. Gostei do seu blog. Mas me desculpa: se dispor a escrever, ainda que seja na net (que dá de tudo) sem nunca ter lido Clarice Lispector é muita pretensão. Ao menos Machado de Assis você leu?

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  5. Não só li como tenho a coleção inteira do autor. a beleza da vida é podermos escolher do que gostamos ou não, Ana. Mas vc enganou-se, antes de ler "A paixão segundo G.H." já havia lido "A hora da Estrela" e gostei muito.

    Obrigada pela visita e pelo elogio.

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