O ruído vindo lá de fora anunciava que já era manhã, mas meus olhos não queriam acordar e teimavam em não abrir. Ainda de olhos fechados, corpo abraçando-se como em posição de auto proteção, reuni todas as forças e levantei-me; um pé, depois o outro e fiz-me de pé.
Abri a janela e sorri para o dia, só que ele também não estava tão disposto assim a devolver-me o sorriso. Pesado e cinzento parecia que nem mesmo o dia queria acordar, sair da cama, dar conta da vida. Entretanto, tal como eu, não era senhor de suas vontades e ele, ainda mais que eu, detinha outros que o esperavam para dar continuidade às suas obrigações. Então também se levantou: um raio, depois o outro e fez-se dia.
Continuidade. Aqueles que fui encontrado pelo caminho olhavam-me mas não viam-me. Minha mente pronunciava silenciosamente “Bom dia!”; meu coração ansiava um carinho; meus braços buscavam um abraço. Mas todos que por mim passavam, olhavam-me, mas não viam-me.
Em silêncio fui tocando as horas, uma a uma. Em silêncio os outros foram passando por mim, um a um. Em silêncio minha mente imaginava sorrisos, elogios, cumprimentos. Em silêncio meus braços buscavam afagos, toques, abraços. Em silêncio meu coração apertava-se por aqueles que não compreendiam que nos dias em que eu não consigo dizer-lhes “Bom dia!” é o dia em que mais preciso ouvir “Eu te amo!”
Ouvi ontem numa palestra que 'o ser humano gosta muito de receber amor'. Sendo assim, muitos esperam pelo amor, pelo sorriso, pelo bom dia, pelo carinho, mas quem vai doá-los?
ResponderExcluirTemos que aprender: 'mais recebe aquele que dá...'
Bjão e bom domingo pra você!!
Quis dizer com isso q não dou amor suficiente para receber de volta?
ResponderExcluirNão... Quis dizer que a humanidade está carente de amor. Muitos esperam receber e não se envolvem na doação.
ResponderExcluirHÁ TAMBÉM OS CEGOS DE CORAÇÃO QUE ACHAM QUE ESTÃO DOANDO, MAS QUE REALMENTE SÃO HIPÓCRITAS E FICAM SENTADOS ESPERANDO O AMOR CAIR EM SEUS COLOS.
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