quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CONTAGIAR-SE

Aprendemos, desce cedo a correr atrás de prevenir contágios, seja por meio de vacinação, seja por meio de evitar contatos com outras pessoas. Nos últimos meses temos visto a mobilização de profissionais de saúde para a vacinação de pessoas para evitar o contágio da Gripe H1N1. Tem também os recém nascidos que são imunizados contra contágio de várias doenças ainda bebês.

E o que é contagiar? Contagiar é transmitir ou transmitir-se! É ser tomado por contato imediato e, em alguns casos, mediato também. Por conseguinte, contagioso é aquilo que se propaga, que se provoca.

As pessoas pensam que só há contágio de doenças, de coisas negativas e ruins. Olhando e analisando, notamos que nem sempre o contágio pode ser visto negativamente. Não é só Gripe Suína, Febre Tifóide, Sarampo ou Conjuntivite que contamina. Bocejo, por exemplo, também contamina. Mas nesse caso, o que é transmitido é uma certa sonolência, moleza mesmo, e uma enorme vontade de espreguiçar e relaxar. Um sorriso de criança, ou mesmo de um amigo, pai, mãe, amor, contamina e deixa o contaminado feliz.

Mas não tem coisa que contamina mais que crise de riso. Nesta, você chega perto da pessoa que está sofrendo a crise e desata a rir também. Na maioria das vezes você nem sabe por que está rindo, só sabe que ri tanto que a barriga doi, o músculo das bochechas parece que vai dar câimbras, as lágrimas escorrem de felicidade, e dá até vontade de fazer xixi.

Só que para ser contaminado assim, esse contágio bom que nos faz felizes, é preciso estar próximo, é preciso estreitar as relações que andam tão distantes entre as pessoas, estranhas ou conhecidas, familiares ou amigos, amantes ou apenas rostos conhecidos pelos quais passamos todos os dias.

Precisamos abandonar as prisões que construímos em nós mesmos e nos achegar a outros. Desfazermos de nosso aprendizado de prevenções de contágios e nos deixar contagiar por tudo que é bom e nos faz bem. Contagiar pela beleza de ver uma criança sorrindo sem nenhum motivo aparente, pela sensação saborosa de um sol quentinho que acaba de nascer, pela visão extasiante de uma lua cheia que desponta no céu negro da noite salpicado de estrelas, enfim, pelos prazeres mais simples da vida e do viver.

E, a partir do momento que somos contagiados, contagiar os outros também, espalhando boas notícias, contando histórias com finais felizes, abraçando, beijando, dizendo ‘Bom Dia!’, desejando ‘Boa Noite!’ Enfim, seja feliz, contagie, e contagie-se.

Publicado no Jornal Cidade

2 comentários:

  1. Vc está mais do que certa!!! E como é bom ser contagiado (ou contagiar) por coisas e sentimentos bons! (Adoro crises de riso!)
    bjooo

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  2. É bom né? Quero mais é situações de contágios assim.

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