sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CHAMADO NATURAL


Você tem olhado o noticiário ultimamente? A notícia televisionada, ou a imprensa escrita ou mesmo o rádio? Não? Mas você tem observado ao seu redor? É, ao seu redor, o tempo, o céu, as pessoas, as plantas, os animais?

Desde algum tempo, venho ouvindo sobre aquecimento global, camada de ozônio, derretimento das geleiras, incêndios fora dos padrões (?) nos EUA, Grécia, Austrália, terremotos, maremotos, furacões, e outros. Mas a distância dos acontecimentos, ou a correria do dia a dia, não me permitiram dar importância a esses fenômenos.

Entretanto, alguns fatos que vêm acontecendo bem próximos de mim têm chamado minha atenção nos últimos meses.

Alguma coisa mudou na minha mente quando, no ano passado, a região Sul do país ficou totalmente debaixo d’água, morros inteiros vieram abaixo, e várias pessoas morreram. Depois foi a vez de Vila Velha-ES, aqui pertinho, a 150 km de mim, sofrer do mesmo mal.

No início de dezembro a minha cidade foi inundada por uma torrente de água de proporções ainda não vistas nos 120 anos do Município. Casas e pontes foram arrancadas, carros foram arrastados pelas águas caudalosas do rio, pessoas morreram. A visão que tínhamos das ruas e bairros invadidos no pós enchente eram de uma pós guerra: lama, móveis estragados espalhados pelas ruas, casas totalmente destruídas, pessoas desoladas.

Desde a entrada do ano novo tenho acompanhado pela TV e pela imprensa escrita as tragédias em Angra dos Reis e em todo o Estado do Rio de Janeiro. E teve também aquela ponte no Rio Grande do Sul que “caiu como uma folha de papel” arrastando carros e pessoas que estavam sobre ela fotografando a caudalosidade das águas.

Onde quero chegar com tudo isso? Não é óbvio?

A Terra vem dando sinais a algum tempo de que não está suportando o que está sendo feito com ela. Um dos sobreviventes de Angra dos Reis disse que a partir de agora jamais desafiará a força da natureza novamente, pois ela é infinitamente maior que a de qualquer ser humano.

Como um corpo vivo, a Terra está usando de todos os meios disponíveis para expulsar de si os hóspedes indesejáveis que estão lhe causando mal, aniquilando suas defesas naturais, ultrapassando todos os limites de sobrevivência, destruindo.

Não sou ambientalista. Passo longe disso. Sou apenas um indivíduo que habita nesta Terra. Que pretende habitá-la por muitos anos ainda e, se possível, deixar sementes. Mas se nós, num todo, não mudarmos nossos hábitos, não tomarmos consciência da nos pequenez diante da Natureza, também seremos expulsos através de sua poderosa mão.

Independente do caminho que ela tomar, é perceptível que a Terra está esvaziando suas dependências e caberá a cada um de nós, individual e coletivamente, minimizarmos as conseqüências de sua fúria através de mais respeito e atitudes de preservação, lembrando que nós somos partes integrantes da natureza e não sobrevivemos sozinhos.

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