sábado, 16 de janeiro de 2010

MEU PRIMEIRO AMOR


Ele era loiro e tinha os olhos azuis. Seu sorriso era lindo e, como ele era carinhoso comigo. Passávamos todas as tardes juntos, eu me sentava no balanço e ele fica ali atrás me empurrando, ou simplesmente sentava-se no balanço ao lado e ficávamos conversando.

Em outro momento sentávamos em alguma sombra, batíamos papo, brincávamos e riamos muito. Não nos importávamos nem um pouco com os risinhos e comentários de nossos amigos. O mundo parecia ser feito só para nós e, portanto, nada mais poderia interferir na nossa felicidade.

Lanchávamos juntos e aproveitávamos o momento para fazermos planos para o futuro: íamos nos casar, ter uma casa grande com uma piscina enorme e brincaríamos nela o dia todo.

Eu tinha 05 anos e ele 06. Estávamos na Pré-Escola, ou Jardim de Infância como era conhecido naquela época.

Para ser sincera, não sei se os cabelos dele eram louros ou escuros, ou se os olhos dele eram azuis ou castanhos, mas todo o restante da história está muito vívido na minha mente, inclusive seu nome. Se eu me concentrar bem, consigo sentir o cheiro daquele primeiro amor.

No ano seguinte, quando iríamos para a primeira série, a família dele mudou-se para outra cidade e nunca mais ouvi falar do “meu primeiro amor”.

Depois dele vieram outros. Cada série cursada na escola, um amor maior que o outro, mas todos com uma característica única: seria para a vida toda.

Só para deixar as coisas bem claras, eram todas paixões platônicas. Muito platônicas. Não chegavam nem perto da relação que tive com “meu primeiro amor”. Estes que vieram depois sequer souberam o quanto eu os amava e o quanto eles eram especiais para mim.

O meu primeiro beijo aconteceu quando eu tinha 15 anos e, diferente dos outros amores para a vida toda, este durou mais que um ano escolar. Para falar a verdade, antes deste importantíssimo primeiro beijo acontecer, sofri três ou quatro anos escolares de uma paixão platônica incomparável. Aquela paixão que me fazia acordar nas manhãs frias, vestir o uniforme e ir para a escola. Aquela paixão que me fazia procurar a estante da biblioteca com os romances de Eça de Queirós. Aquela paixão que me fazia ficar acordada até meia noite ouvido as baladas do “Good Nigth Mundial”.

Aquele primeiro beijo me fez sofrer de amor por muitos anos, mas não foi o último sofrer por amor. Houve outros amores para a vida toda, e ainda guardo o gosto amargo do último deles na minha boca, na minha alma, no meu coração.

Acredito que de uma forma ou de outra estamos o tempo todo procurando um amor para a vida toda, ou o verdadeiro primeiro amor. A Grê me disse que acredita que amor pra vida toda, na verdade, é o amor que a gente está vivendo naquele momento, quando não fica mais bom, trocamos por outro, até que um dia nossa história termina e aquele com o qual estamos representa toda uma vida, ou pelo menos uma parte importante dela.

Amar é muito complicado. Dói. Mas fomos feitos do amor e para o amor, por isso estamos sempre a procura dele, buscando por ele. Neste momento meu coração anseia por um primeiro amor, sobretudo que seja para a vida toda, mas minha mente racional não que mais saber de dores e complicações. Então decidi deixar que os dois travem esta batalha sozinho e me avisem, depois, qual dos dois venceu para que eu possa continuar meu caminho.

Um comentário:

  1. Já dizia um poema q li em algum lugar:
    "Amores vão e vêm,
    Por mais que lute contra
    Levam lembranças
    Deixam marcas.
    Amores...
    Grandes amores...
    Sentimentos que vão e vêm,
    E nesse balanço
    O coração aprende a lidar com o amor
    E a aceitar que
    Amores vão e vem..."
    A gente aprende, as vezes rápido, as vezes não
    que amores vêm e vão. Talvez algum fique e permaneça para sempre, como um primeiro amor... rsrs
    por esse ainda estou a esperar tbm, minha amiga!
    Bjão

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