quarta-feira, 31 de março de 2010

LIBERDADE


Desde o seu nascimento o homem busca a liberdade. Liberdade de expressão, liberdade de ação, liberdade de movimentos, liberdade de pensamento. A ânsia de ser livre consome tanto nosso tempo que nem percebemos que nos aprisionamos a pequenos detalhes cotidianos que se transformam em amarras para uma vida toda.

Mas o que é a liberdade para você? Qual liberdade você busca? E o mais importante: onde pretende chegar de posse dela?

Liberdade, a grosso modo, é a faculdade de fazer ou não fazer qualquer coisa e, para isso, poder escolher. Liberdade é experimentar todos os sabores de sorvete, um de cada vez, escolher qual lhe agrada mais e repeti-lo. É decidir se segue para o sul ou para o norte descalço ou se caminha rumo ao por do sol. Liberdade é ouvir tocar a música mais doce que seus ouvidos já apreciaram e poder dançá-la sem se preocupar, se olhos alheios te julgam louco, desvairado ou simplesmente livre.

Cecília Meireles sabiamente disse que a liberdade é uma “palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. Eu acrescento que não há ninguém que não a busque. Cada qual a seu jeito, cada qual a seu tempo, cada qual a seu modo, cada qual ao seu cada qual.

A liberdade também pode ser pintada num céu estupidamente azul, apresentando outros matizes além das variações de branco ao cinza chumbo das nuvens. Pode apresentar-se em forma de pequenos pontos (parapentes) laranja, vermelho, verde, amarelo, todas essas cores juntas, e outros tantos que não consigo enumerar.

Lá do alto, do céu, vemos pessoas buscando sua liberdade de uma forma inusitada. A liberdade de poder ver o mundo do alto e poder viajar ao sabor do vento, tendo como destino o imenso horizonte e como guia o radiante sol. Gente que não tem medo de se aventurar em busca de uma expressão de liberdade que não requer palavras, sons ou formas.

De fato liberdade se conquista com lutas cotidianas, discussões acaloradas, aprendizados de uma vida, mas depois que a temos em mãos devemos cultivá-la com atitudes que a enalteçam e a façam parecer ainda mais grandiosa para que possamos valorizá-la e mostrar àqueles que ainda não a conquistaram ou que, por algum motivo torpe a perderam, o quão importante é ser livre.

(Crônica publicada no Jornal Cidade - Mar/2010)

4 comentários:

  1. Oi...

    Gostei do texto, mas hoje peço permissão para discordar: para mim, nem todos buscam a liberdade. Ao contrário, há pessoas que preferem a prisão de um devaneio, de um sonho irrealizável, ao duro sabor da realidade; há pessoas que preferem a agonia de um relacionamento em ruínas, à hipótese da solidão; pessoas há, que preferem a mesmice de uma tradição ou hábito, ao obscuro do inusitado.
    Nosso medo do novo, do desconhecido, muitas vezes tolhe nossa busca pela liberdade...
    E muitas, muitas pessoas, Patrícia, lutam bravamente pela liberdade, desafiam gigantes todo dia em seu nome, e quando a teem... não sabem o que fazer com ela...

    Bj pra vc, meu e do bebê...

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  2. Tenho uma síntese sobre liberdade:
    fazer o que você quer, onde você quer, do jeito que você quer, na hora em que você quer, não se importando com o esforço que lhe custará, ou com as consequências causadas.

    Parafraseando-te: "Pensar é um prazer, executar é um desafio..."

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  3. Tem razão Delminha e tenho pena destes que se acham livres, mas não conhecem a verdadeira Liberdade...

    Qto a vc, Senhor Robson, não acha essa sua liberdade meio difícil de ser encontrada?

    Bjos aos dois.

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  4. Extremamente difícil! Até impossível, eu diria, num mundo movido a dinheiro.
    Admiro homens que se absteram das coisas materiais, tais como Thoreau, Tolstoi, Che Guevara e, mais recentemente, a história real de Christopher Mc`candless do filme (e livro) "Na natureza selvagem".
    Já assistiu?
    Bjs :)

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