sexta-feira, 10 de setembro de 2010

DIA 22 - O LUGAR ONDE NUNCA MAIS VOLTO


A lembrança que tenho é de um lugar escuro, extremamente silencioso. Havia uma casa velha de duas águas, caiada de branco, já bem sujinha, com janelas rústicas pintadas de uma cor de chão batido. A cozinha era mais baixa que o restante da casa, mas ainda alta, e o acesso era por uma escada de três degraus de tábuas lisas. No puxadinho de fora havia um tanque de cimento onde a água escorria por um cano preto.

Não me lembro de animais, cães, gatos ou mesmo galinhas e patos. O terreiro era acinzentado e as plantas que havia eram apenas alguns arbustos e muito mato.

O escuro, ou a pouca luz, eram resultantes do finalzinho da tarde, quase início da noite e o silêncio parecia tomar forma de navalha e cortava o ar, a atmosfera.

Um forte arrepio toma conta do meu corpo quando reconstruo essa imagem na minha mente...

O endereço eu não sei qual é, não sei sequer para que lado fica. Para ser sincera, não sei se esse lugar realmente existe, se é fruto de minha prodigiosa imaginação ou mesmo a recordação de algum sonho ruim que resiste na minha mente há mais de 30 anos.

A única certeza que tenho é que este é o lugar onde nunca mais volto.

Um comentário:

  1. Bela descrição! Realmente não dá vontade nem de passar perto desse lugar...

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